População transgênero brasileira é submetida diariamente a crimes de ódio e ridicularização

19:00 | 27 de janeiro de 2017

 

29 de janeiro, Dia Nacional da visibilidade de transexuais e travestis.

 

 

A campanha criada pelo Ministério da Saúde (MS) em 2004 junto ao movimento brasileiro de travestis e transexuais para o dia 29 de janeiro, Dia Nacional da visibilidade de transexuais e travestis, ainda é pouco difundida nos meios de comunicação.

 

A doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasília (UnB) Jaqueline Gomes de Jesus, em artigo publicado pelo Programa de Estudos da América Latina e Caribe (PROEALC) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) que realiza pesquisas sobre a realidade sociocultural, econômica e histórica dos países latino-americanos, abordou a limitação de políticas públicas no Brasil, os crimes de ódio e a ridicularização da mídia às travestis e aos homens e mulheres transexuais.

 

Limitação de políticas públicas

O governo brasileiro não realiza pesquisas referentes à transfobia, não há informação oficial de órgãos públicos que articule auxílio e atendimento nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher protegidas pela Lei Maria da Penha, diferente dos Estados Unidos que reconhece a discriminação de gênero, segundo o artigo.

 

Violência

Jaqueline apresentou dados em novembro de 2012 no IV Seminário Internacional: Direitos Humanos, Violência e Pobreza de que “o Brasil é o país no qual mais se matam pessoas trans no mundo, entre 2008 e 2011 foram 325 assassinatos, contra 60 no México e 59 na Colômbia”. Os crimes de ódio são executados em sua maioria por várias facadas, alvejamento sem aviso e apedrejamento.

 

Isso é um reflexo de como o tema tem sido tratado pelo Estado e população brasileira, em que a transexualidade se restringe a divulgação da mídia de assuntos como as cirurgias e mudanças de nome, de acordo com a doutora.

 

Ridicularização

O fato preocupa principalmente pela desumanização, em que a população transgênero brasileira, segundo Jaqueline, é submetida diariamente a estereótipos reproduzidos pelos meios de comunicação em forma de humor.

 

 

 

 

Esse tipo de humor reflete em transfobia (aversão ou discriminação contra pessoas transexuais, transgêneros ou travestis – indivíduos que desejam viver e serem aceitos como sendo do sexo oposto).

 

Diante da intolerância, as pessoas se negam a discutir as diferenças, a diversidade e as formas de inclusão dos que estão à margem do considerado “aceitável”.

 

Nesse sentido a FASUBRA Sindical permanece em constante luta pela riqueza das diferenças e pela garantia dos direitos, principalmente o da dignidade humana e o de cada um poder ser quem é, sem precisar esconder-se. Aceitar pode ser uma opção, respeitar é imperativo e nos faz humanos!

 

Altos índices de violência, baixa expectativa de vida e falta de oportunidade para o trabalho marcam a vida de transexuais e travestis, seres humanos, que preferiram viver sua plenitude e sua identidade de gênero e não mais se esconderem para serem “aceitas ou aceitos”.

 

A FASUBRA, primeira entidade nacional a tratar o tema, continuará com a luta após as resoluções encaminhadas no Seminário LGBT realizado em 21 de novembro de 2014.

 

Conquista

Na Universidade Federal do Piauí (UFPI), toda a comunidade universitária (técnicos administrativos, docentes e alunos) conquistou com muita luta no conselho universitário o direito das pessoas trans utilizarem o nome social no local de trabalho.

 

Para a Federação, o dia 29 de janeiro é uma data importante para que haja manifestação das pessoas que sofrem com a intolerância e preconceito. “A transfobia também é crime e a conscientização sobre o direito humano que transexuais e travestis tem é extremamente necessária. Respeitar a identidade de gênero de cada um é deixar o atraso de lado”.

 

Assessoria de Comunicação FASUBRA Sindical

 

 

 

 

 



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