Inimigo da Educação e da democracia: Fora, Weintraub!

, , 13:46 | 16 de junho de 2020

A permanência de Abraham Weintraub à frente do Ministério da Educação se tornou insustentável e sua demissão felizmente ganhou força no início desta semana. No domingo (14/06), Weintraub compareceu a um ato antidemocrático na Esplanada dos Ministérios junto com manifestantes que, no mesmo dia, atacaram o Supremo Tribunal Federal (STF) com fogos de artifício. Nesta segunda-feira (15/06) alguns dos manifestantes foram presos pela Polícia Federal (PF).

No ato, o ministro voltou a insultar os ministros da Corte e disse “já falei minha opinião, o que faria com esses vagabundos”, em referência à sua fala na reunião ministerial do dia 22 de abril, sobre colocar os ministros do STF na cadeia. O ministro chegou a ser multado pelo Governo do Distrito Federal (GDF) por estar sem máscara na ocasião. Desde que o áudio da reunião foi divulgado, a demissão de Weintraub é defendida dentro do próprio governo. Weintraub teve, inclusive, que prestar esclarecimentos à PF.  Ontem, em entrevista à Band News, Bolsonaro afirmou que o ministro “não foi muito prudente”, mesmo sendo seu fiel aliado.

No domingo o ministro ainda reiterou seu preconceito e criticou os cursos universitários de Humanas. “Eu, como brasileiro, quero ter mais médicos, mais enfermeiros, mais engenheiros, mais dentistas. Eu não quero mais sociólogo, antropólogo e filósofo com o meu dinheiro”. A gestão de Weintraub, que já é considerado o pior ministro da história, é marcada pela paralisia e ataques à educação pública e à liberdade de pensamento. Desde que assumiu a pasta, o ministro tenta destruir a educação, com os cortes de verbas, o Future-se, as tentativas de interferência na autonomia universitária e as acusações inverídicas de que as universidades só servem para “plantar maconha” e fabricar drogas sintéticas em laboratórios, entre outros. A FASUBRA Sindical chegou a acionar o ministro na justiça para explicar as declarações. Veja aqui.

O ministro é investigado pelo STF no inquérito das fake news, que trata da disseminação de informações falsas e ameaças a ministros da Corte. Ele também é investigado por racismo contra chineses. Nesta segunda, o senador Randolfe Rodrigues (DEM-AP) protocolou ainda, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), pedido de prisão preventiva/temporária do ministro. Segundo o senador, não se pode permitir, de forma alguma, qualquer tipo de ameaça contra a democracia e contra minorias. “O ministro precisa se compor e aceitar que está sob a égide do Estado Democrático de Direito. Não há espaço para ameaças às instituições e à Constituição Federal”, destaca Randolfe no pedido.

Em 2019, a FASUBRA Sindical e demais entidades do setor da educação, centrais, parlamentares da oposição, estudantes, trabalhadores e sociedade civil realizaram diversas manifestações em defesa da educação e contra a postura do ministro. Em dezembro, a plenária da Federação aprovou a campanha “Fora, Weintraub” por avaliar que ele não tem capacidade para estar à frente da pasta, uma vez que sua atuação não condiz com a postura esperada de um ministro de Estado, que deveria ser ética e zelar pela educação. Além disso, desde a posse, o ministro demonstrou sua incapacidade de diálogo com a comunidade das instituições e tentou calar protestos contra o autoritarismo deste governo.

Fora Weintraub!

Fora Bolsonaro e Mourão!

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