Ato contra a reforma da Previdência busca mobilizar senadores

16:02 | 4 de setembro de 2019

 

Audiência pública em formato de ato contra a reforma da Previdência lotou o auditório Petrônio Portela, no Senado Federal, nesta terça-feira (3) e contou com a participação de cerca de 900 pessoas, entre parlamentares, representantes de movimentos sociais, entidades e centrais sindicais. Coordenadores da FASUBRA Sindical, técnico-administrativos(as) em educação do DF, GO e MG estavam presentes no ato organizado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e pela Frente Parlamentar Mista em defesa da Previdência Social.

A proposta de reforma da Previdência foi duramente criticada pelos expositores parlamentares e representantes sindicais que destacaram a necessidade de pressionar os senadores para que alterem ou votem contra a matéria. O relatório da PEC 06/19 foi lido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pode ser votado ainda nesta quarta-feira (4). Mais de 480 emendas foram apresentadas à proposta. Acompanhe ao vivo.

“Essa votação da reforma da Previdência é a votação das nossas vidas e, de fato, vai atingir no mínimo 200 milhões de brasileiros, os outros dez milhões, que são super-ricos não estão preocupados. Mais de 90% da população vai ter um impacto negativo. Esperamos que essa audiência tenha impacto positivo e sensibilize não só o relator, mas todos os senadores(as) de forma que esta reforma não seja aprovada como está”, afirmou o presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS).

Para o ex-ministro da Previdência Ricardo Berzoini o problema hoje não é dialogar apenas com os que já estão na luta, é construir efetivamente uma demonstração clara de que aqueles que votarem nessa reforma antipopular, anti-trabalhador, antissocial, vão pagar um preço caro da sua vida política. A classe trabalhadora tem que dar uma demonstração de força porque passando essa reforma, certamente virão outras em outros setores para piorar cada vez mais a vida do trabalhador brasileiro”, alertou.

Rodrigo Ávila, economista da Auditoria Cidadã da Dívida, ressaltou que é urgente esclarecer os mitos neoliberais que essa reforma é necessária. “Não tem dinheiro, tem que cortar as bolsas de estudo, tem que cortar tudo, o Estado está quebrado. É uma grande mentira, tanto que ficam totalmente atordoados quando veem a Dívida Pública consumindo muito mais recurso que a Previdência Social”. O gráfico que retrata o Orçamento Geral da União elaborado pela Auditoria Cidadã da Dívida (em formato de pizza) mostra que Juros e Amortizações da Dívida consomem 43,94% e a Previdência Social 22,54% do Orçamento.

 “Estamos diante de uma violência sem precedentes àquilo que nós chamamos de cidadania”, comentou o senador Rogério Carvalho (PT/SE) que disse que a reforma aumentará a pobreza e o desemprego no país. Já a deputada Lídice da Mata (PSB/BA) falou da mobilização sobre os senadores nas ruas e disse que ainda há condições de diminuir os efeitos negativos sobre a vida dos trabalhadores. A senadora Zenaide Maia (PROS/RN) criticou que a Câmara teve cinco meses para analisar a matéria e o Senado terá apenas um mês, o que considerou “absurdo”.

O evento seguiu alternando a fala de um especialista, de um parlamentar e de um representante sindical. O coordenador-geral da FASUBRA Sindical José Maria Castro informou em sua fala que a FASUBRA é contra a proposta e que a PEC Paralela é pior que o texto atual. “Nós técnico-administrativos temos a compreensão que neste momento em que se encontra a reforma no Senado temos que dialogar. Somos contra essa reforma. Precisamos organizar a classe e sair daqui com alguns compromissos e unificar a luta. Estamos orientando as bases que aqueles que votarem contra os trabalhadores não serão reeleitos”, disse.

Em manifestação durante a audiência mulheres fizeram uma corrente e percorreram o auditório aos gritos de: “Essa reforma é opressora, tira o direito da mulher trabalhadora”.

Pela FASUBRA estavam presentes os coordenadores José Maria, Adriana Stella, João Paulo Ribeiro, Maria Tereza Fuji, Márcia Abreu e Luiz Macena.

Veja a íntegra da audiência.

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