FASUBRA debate o Future-se em audiência pública da Comissão de Educação

19:56 | 15 de agosto de 2019

Entidades da Educação e do movimento estudantil, entre elas a FASUBRA Sindical, participaram de audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (15), sobre o projeto Future-se, juntamente com representantes do MEC e parlamentares. O Future-se ataca a autonomia universitária, entrega as universidades à iniciativa privada e também altera a forma de contratação de técnico-administrativos(as), abrindo as portas para a entrega das universidades ao mercado.

Diversos coordenadores da FASUBRA Sindical estavam presentes na audiência

Para a deputada Alice Portugal (PSOL/BA), que coordenou o debate, “o Future-se é um grande retrocesso, que atinge diretamente as universidades, que foram retiradas de todo o processo de construção do programa. A Comissão de Educação da Câmara tem o dever de promover ampla e democrática discussão sobre o assunto que interessa a toda sociedade, uma vez que propõe um projeto de privatização para a educação brasileira”. Ela também propôs à Comissão de Educação que o Colegiado promova, em parceria com as universidades federais, a realização de seminários em todas as regiões do país para debater o Future-se.

O coordenador-geral da FASUBRA Sindical Antonio Alves Neto (Toninho) foi um dos convidados a compor a mesa e destacou a posição contrária da federação ao projeto Future-se. “Por trás desse projeto há a destruição da instituição pública, a instituição social. O papel da instituição social é a prática social. A apresentação pelo MEC aqui parecia mais um coaching, parecia a venda de um produto, é a venda da educação para os empresários. O que foi discutido aqui é a entrega da educação para as empresas ou para as organizações”, afirmou. Ele complementou que os Conselhos Universitários estão se posicionando contrários à proposta. “Esse projeto Future-se é o futuro do pretérito, é a volta ao passado”, analisou.

Veja a audiência na íntegra. A fala do representante da FASUBRA você confere em: 2:39:22.

Estavam presentes no debate Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, secretário da Sesu/MEC; Wagner Vilas Boas, diretor de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Ensino Superior/MEC; João Carlos Salles Pires da Silva, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes); Jerônimo Rodrigues da Silva, presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif); Nilton Brandão, presidente da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (Proifes); Qelli Viviane Dias Rocha, primeira vice-presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes); Deise Ramos da Rocha, coordenadora Regional da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (Anfope); e Iago Montalvão, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).

A audiência atendeu a requerimento nº 213/2019 apresentado pela deputada Alice Portugal (PCdoB/BA), subscrito pelos deputados Pedro Uczai (PT-SC), Glauber Braga (PSOL-RJ), Professora Rosa Neide (PT-MT), Alencar Santana Braga (PT-SP), Natália Bonavides (PT-RN) e Professor Alcides (PP-GO). Outro requerimento, o de nº 216/2019, também tratava do assunto e é de autoria dos deputados Professora Rosa Neide (PT-MT), Margarida Salomão (PT-MG) e Waldenor Pereira (PT-BA), subscrito pelos Deputados Patrus Ananias (PT-MG), Natália Bonavides (PT-RN), Alencar Santana Braga (PT-SP) e Professor Alcides (PP-GO).

No encerramento, Toninho reafirmou que o MEC tem que escutar as entidades, mas em momento algum se mostrou aberto ao diálogo. Ele disse que a FASUBRA quer debater o projeto e já encaminhou seis ofícios solicitando reunião com o ministro. Na visão da FASUBRA, a consulta pública disponibilizada não é uma consulta pública. “Isso é coleta de dados e estamos orientando as bases para não fazer a consulta, a gente quer debater com o MEC, isso é uma inversão de lógica”, informou. O representante da FASUBRA disse ainda que vai orientar as bases da federação a fazerem o debate contrário ao projeto e que haverá uma Jornada de Lutas contra o Future-se.

A FASUBRA, mais uma vez, cobrou a reunião de negociação com o MEC. O coordenador-geral entregou nas mãos do representante do Ministério a cópia de todos os ofícios já encaminhados desde o início do ano.

Veja nota da FASUBRA sobre o Future-se.

Com informações da assessoria de Alice Portugal.  

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