18 de março com grande mobilização virtual
A Plenária Nacional da FASUBRA Sindical decidiu por manter a greve prevista para o dia 18 de março, mas diante da pandemia do novo coronavirus (Covid-19) e sua expansão pelo país, a orientação é para que não realizem manifestações de rua neste dia como medida de prevenção. Novas formas de protestos devem ser realizadas como mobilização digital (posts no Facebook, Instagram e Twitter), intervenções urbanas, divulgação de panfletos, entre outras, que não representem aglomerações.
De acordo com os protocolos de segurança da Organização Mundial de Saúde (OMS), para conter o avanço da disseminação do vírus é necessário evitar aglomerações de pessoas. Seguindo essa recomendação, diversas Universidades e Institutos Federais suspenderam as atividades e liberaram professores e alunos. As técnica-administrativas, os técnico-administrativos em educação e terceirizados, no entanto, não estão sendo dispensados. Este é mais um motivo para a categoria aderir à greve desta quarta-feira. A orientação da FASUBRA Sindical é para não ir ao trabalho, nem fazer teletrabalho neste dia.
O dia 18 de março é dia de greve nacional da Educação, mas também é um chamado das centrais sindicais em defesa das servidoras, dos servidores e dos serviços públicos. Além das reformas aprovadas no ano passado, que retiraram diversos direitos da classe trabalhadora, o foco do governo agora são os serviços públicos e seus trabalhadores. Exemplo disso é a PEC emergencial 186 que já tramita no Congresso Nacional e que pode diminuir até 25% dos salários, caso seja aprovada. Outros ataques estão contidos nas demais PECs do chamado Plano Mais Brasil, a 187 e a 188, que retiram mais investimentos das políticas sociais. O governo ainda pretende encaminhar a reforma administrativa que trará grandes consequências em áreas estratégicas do serviço público, como saúde e educação, que já sofrem com poucos recursos e escassez de servidoras e servidores.
Por esse motivo, a Plenária da FASUBRA Sindical entendeu que, se o país inteiro deve tomar medidas drásticas e fechar setores para conter o novo coronavírus, o Congresso Nacional também deve paralisar as votações. Não se pode aceitar que parlamentares aprovem reformas com consequências drásticas para toda a sociedade, ainda mais por meio de votações por WhatsApp ou Skype, como tem sido noticiado.
Neste momento, também é muito importante reafirmar a defesa e a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos Hospitais Universitários (HUs), que têm competência para atendimentos de alta complexidade e logo receberão a população neste período. Torna-se urgente a revogação da Emenda Constitucional 95/2016, que congela investimentos por 20 anos em áreas como saúde e educação. Segundo dados do Conselho Nacional de Saúde (CNS), o prejuízo em relação ao SUS já chega a R$ 20 bilhões. Ao longo de duas décadas, os danos são estimados em R$ 400 bilhões. Quem sofre as consequências é a população.
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