Solidariedade a greve dos servidores da Universidade Federal Fluminense -UFF

14:14 | 20 de dezembro de 2018

Não a judicialização da greve e em defesa de uma mesa de negociação!

Os trabalhadores da UFF estão em greve desde o dia 10 de outubro em protesto contra a ampliação de sua carga horária, o que significa um retrocesso da jornada de 30h já praticada há três décadas, além da imposição arbitrária do ponto eletrônico. A greve também chama a atenção para a defesa do hospital universitário que está sendo desmontado pela política mercadológica da EBSERH, o que leva os trabalhadores a adoecimento e constrangimentos a quem precisa utilizar o SUS. Outros ataques são cortes de benefícios aos aposentados, que significaria a redução do salário em cerca de R$ 1.200,00.

O conflito interno estava anteriormente pacificado, por meio de um acordo de greve selado entre o sindicato e a reitoria em 2016, bem como uma portaria da instituição e uma resolução construída por consenso numa comissão paritária formada pela bancada sindical e a reitoria. Porém, tal acordo foi rompido, a portaria foi revogada e a comissão desconsiderada. A Reitoria também publicou uma nova portaria de forma unilateral para aumentar a jornada de trabalho, além de desconsiderar outras propostas de controle de frequência. Por quatro meses, a categoria tentou negociar, mas não obteve respostas e se viu obrigada a paralisar. Após a greve também não ocorreram efetivas negociações e nenhuma proposta de mediação é considerada. E o pior: a Reitoria utiliza-se da judicialização do movimento, tendo conquistado na justiça no dia 19/12, uma decisão que obriga os grevistas a garantir 70% dos serviços essenciais durante a greve. Uma postura nada razoável e não condizente com o acúmulo das universidades como bastiões dos direitos democráticos, da livre expressão e do direito de manifestação.

Apelamos a uma solução negociada. Assembleia Geral da greve votou uma proposta de mediação até aqui desconsiderada pela reitoria: 1- revogação da portaria que aumenta a jornada e a instalação de uma mesa de negociação que debata as pautas, construindo um acordo; 2- com a negociação garantir unidade dos três segmentos e da Administração contra os ataques que o futuro governo aplicará contra a educação e os direitos sociais e trabalhistas, seguindo o exemplo da unificação existente entre as entidades da educação federal e a Associação Nacional dos Reitores.

Apoiamos a greve, manifestamos nossa contrariedade com a judicialização e qualquer prática antissindical. Reafirmamos a defesa da democracia e dos direitos de livre manifestação e nos somamos ao apelo pela negociação efetiva e a uma solução negociada.

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