R$ 3 bi em emendas: Candidatos apoiados por Bolsonaro são eleitos presidentes da Câmara e do Senado
Candidatos apoiados por Bolsonaro foram eleitos para as Presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, após a liberação do governo de R$ 3 bilhões do orçamento em emendas aos parlamentares e promessa de cargos. A prática, defendida pelo próprio (des)governo como “velha política”, é mais um ataque aos cofres públicos e caracteriza a compra de votos por um presidente acuado com a pressão pelo impeachment.
Na Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) se elegeu com 302 votos, contra Baleia Rossi (MDB-SP), que obteve 145 votos. Já o Senado elegeu Rodrigo Pacheco (DEM-MG) com 57 votos, contra 21 da senadora Simone Tebet (MDB-MS). Nesta quarta-feira (3/2), inicia oficialmente o novo ano legislativo. Estas eleições representam mais uma ameaça à sociedade e, principalmente, aos trabalhadores e trabalhadoras.
O novo presidente da Câmara dos Deputados é investigado pelos crimes de corrupção passiva e organização criminosa. Em um dos casos Lira teria recebido propina de R$ 106 mil do então presidente da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU) Francisco Colombo, em 2012. Lira também é investigado no chamado “quadrilhão do PP”, organização criminosa que desviou dinheiro da Petrobras.
Antes mesmo de ser eleito, Arthur Lira já havia afirmado que a PEC Emergencial (186/19) e a Reforma Administrativa (PEC 32/20) seriam suas prioridades no primeiro semestre deste ano. As medidas atacam os servidores públicos, a estabilidade, a realização de concursos públicos e reduz salários e direitos como adicionais por tempo de serviço, progressões e promoções, por exemplo.
Em debate realizado na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em janeiro, o novo presidente da Câmara destacou que o Congresso precisava sinalizar ao mercado que debateria a proposta da PEC Emergencial e a Reforma Administrativa para conter despesas obrigatórias. “Se não entregarmos essas pautas no primeiro semestre, vamos entrar novamente no ciclo nebuloso de taxa de juros alta, desemprego e tudo mais o que preocupa o mercado”, disse Arthur Lira.
O ano começa, portanto, com a intensificação dos desafios, não bastasse a crise sanitária agravada pela pandemia da Covid-19. Nesta segunda-feira (1º/2), entidades que compõem o FONASEFE realizaram um ato semipresencial, com vigília no anexo 2 da Câmara, contra as reformas, as PECs 32 e 186, em defesa das estatais e da vacina gratuita para todos e todas. O atual governo não tem mais condições de governar o país e a única saída para a superação da crise é encaminhar o Impeachment.
A FASUBRA participou do ato e reafirmou a posição da necessidade de organização dos técnico-administrativos e das técnico-administrativas em educação para enfrentar os ataques do governo. O calendário de mobilizações contra o governo genocida deve aumentar nos próximos dias e é fundamental a união das categorias, dos movimentos sociais e da oposição em busca de apoio da população e de diálogo com outros setores.
Durante o ato de ontem, servidores públicos do FONASEFE encaminharam manifesto e ofício ao presidente eleito. No manifesto alertam que para mudar os rumos do país vão construir uma Greve Geral em Defesa da Vida, do patrimônio público e contra a retirada de direitos e conquistas, como saúde e educação pública. “Vamos exigir dos eleitos para presidir as duas Casas do Congresso Nacional a adoção de medidas para suspender o genocídio brasileiro; é inaceitável conviver com o desastre humanitário como aconteceu no Amazonas, com a falta de oxigênio e vacinas para todos. É urgente e inadiável que os parlamentares abram processo de impeachment e interrompam as ações deste governo da morte”, reforçam.
Veja ofício à Presidência da Câmara.
#Fora Bolsonaro e Mourão!
#Vacina para todos e todas Já!
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