Quem mandou matar Marielle Franco?
Após 5 anos do brutal assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, o senso de justiça começa a ser percebido pela sociedade brasileira com as notícias sobre os avanços nas investigações. A delação, feita por Élcio Queiroz, auxilia na resolução do caso, mas deixa, ainda, muitas questões sem respostas.
Nas coletivas prestadas pelo Ministro da Justiça, Flávio Dino, podemos perceber que pouco foi dito sobre os mandantes e sobre os motivos que culminaram com o assassinato de Marielle e de Anderson, seu motorista, porém, se relembrarmos a história não teremos dúvidas sobre a causa.
Marielle foi defensora do feminismo e dos direitos humanos. Criticava a intervenção federal no Rio de Janeiro e a Polícia Militar, tendo denunciado vários casos de abuso de autoridade por parte de policiais contra moradores de comunidades carentes, o que não nos deixa dúvidas de que sua morte tem ligação direta com a atuação das milícias e do crime organizado, uma vez que a arma usada no crime provem de um incêndio ocorrido no paiol do BOPE.
Élcio afirma que houve uma tentativa de matar Marielle no final de 2017, contudo, segundo ele, o ex-bombeiro Suel desistiu da ação naquele momento. Três nomes sugiram das investigações: O ex-bombeiro Suel, o PM Macalé e Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha. Macalé foi assassinato em novembro de 2021, o que nos leva a indagar se seria mais um caso de queima de arquivo.
É importante ressaltar que o pacto de silêncio entre os envolvidos no crime foi quebrado e isso nos leva a ter esperança por justiça, afinal tentaram calar Marielle, mas ela deixou, através de seu legado, muitas Marielles, pois ao decidir militar em prol dos direitos humanos, em ser a voz dos migrantes nordestinos menos favorecidos e combater o sistema de discriminação e morte contra os que têm orientação sexual oposta àquela considerada normal, ela se tornou um exemplo a ser seguido por todas nós.
Nesse sentido, a FASUBRA Sindical continua na luta em defesa da efetiva elucidação desse crime e punição exemplar a seus mandantes e executores.
Manifesta-se, na oportunidade, para prestar sua solidariedade ao Ministro Flávio Dino e pelas ameaças sofridas por cumprir seu dever, colocando-se à frente do processo de apuração do crime que culminou com o assassinato de Marielle e Anderson. Solidariza-se, igualmente, com a Ministra Anielle Franco, incansável defensora de um Estado inclusivo e democrático, além de sua luta por justiça à Marielle.
Resolver esse caso, encontrando e punindo os verdadeiros culpados é uma forma de tentar demonstrar que ainda há esperança de que essas estruturas podem ser também instrumentos de luta social.
Quem mandou matar Marielle? A resposta a essa pergunta tem um alcance muito maior do que se imagina. A manutenção do silêncio em torno dela reforça cada vez mais que o uso da força e da violência física, nesse caso tirando a vida de duas pessoas, podem ser autorizados pelo Estado na medida em que não encontram os mandantes, mesmo com todo aparato. A falta de resposta a essa pergunta põe em risco conquistas civilizatórias importantes conquistadas há duras penas. A solução do caso Marielle é emblemático e pedagógico para garantir que as vidas dos cidadãos importam, e que o Estado não seja apenas um instrumento para a dominação e manutenção das desigualdades.
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