Mulheres contra a Reforma da Previdência realizam ato na Câmara dos Deputados

13:30 | 3 de fevereiro de 2017

 Para o movimento, “a PEC penalizará ainda mais as mulheres, em especial a negras e as rurais, pois aprofunda as desigualdades entre homens e mulheres”.

 

Mulheres do movimento “A Previdência é Nossa”, representando diversas entidades sindicais, realizaram ato na Câmara dos Deputados, na tarde de ontem, 01, contra a proposta de Reforma da Previdência. A FASUBRA participou do evento.

 

O governo quer aumentar o tempo de contribuição das mulheres brasileiras para se aposentar, sem considerar a dupla e tripla jornada de trabalho. Assim, a idade mínima para mulheres adquirirem o benefício passa de 60 anos para 65 anos.

 

Resistência das mulheres à proposta

O ato foi marcado pela distribuição do manifesto contra a PEC 287/16. O documento contém
argumentos que rebatem as justificativas do governo de instituir uma reforma previdenciária em um país desigual, com intuito de retirar a aposentadoria diferenciada aprofundando abismos sociais e econômicos.  

 

De acordo com o documento, “a idade mínima de 65 anos, com a contribuição de 25 anos, para todos e todas, obriga homens e mulheres a contribuírem até 49 anos para se ter direito à aposentadoria integral”.

 

 

 

 

Desigualdade no campo

“A PEC penalizará ainda mais as mulheres, em especial a negras e as rurais, pois aprofunda as desigualdades entre homens e mulheres, por desconsiderar as diferenças nas atividades no meio rural e as discriminações em relação à raça, gênero e etnia no mercado de trabalho”.

 

O manifesto justifica que a reforma da previdência exclui trabalhadores rurais, por estabelecer a contribuição individual, sem considerar que na área rural as mulheres vivem cinco anos a menos que os homens, de acordo com dados do Censo Agrícola de 2006, o que aumenta a desigualdade.

 

As mulheres contra a Reforma da Previdência pontuaram as diferenças sociais que prejudicam mulheres.

 

  • Mulheres ganham menos que homens de acordo com dados do IGE (2014), recebem 27% a menos do que os homens e contribuem mais com a previdência do que recebem;

  • Mulheres ocupam postos de trabalho mais precários;

  • Mulheres sofrem mais com a segunda jornada e trabalham mais que os homens.

  •   Segundo o IBGE (PNAD/2014), 90,6% de mulheres realizam tarefas domésticas.

     

     

Desigualdade econômica

 

De acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial de 2016, se o ritmo de políticas de igualdade de oportunidades entre homens e mulheres se mantiver no Brasil, lavará 170 anos para que o país alcance a igualdade econômica entre mulheres e homens, afirma o manifesto.

 

O documento afirma ainda, que não é razoável o Estado brasileiro usar como pretexto a instabilidade fiscal, econômica, política e social para propor um modelo de previdência que suprime direitos, igualando homens e mulheres na idade mínima para a aposentadoria.

 

Assessoria de Comunicação FASUBRA Sindical

 

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