O Brasil pede o impeachment de Bolsonaro
O impeachment de Jair Bolsonaro após o pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, na noite desta terça-feira (24/03), foi um dos assuntos mais comentados na web e repercutido pela sociedade civil e autoridades brasileiras, que fizeram duras críticas. Em seu discurso, o presidente cometeu mais um crime de responsabilidade e as hashtags #ImpeachmentDeBolsonaro, #ForaBolsonaro e #BolsonaroGenocida foram destaque nos trending topics, entre outras. A população protestou com um enorme panelaço/barulhaço, sendo o 8º dia consecutivo desse tipo de manifestação registrado em diversas capitais e municípios.
Ao pedir o fim do isolamento social e reabertura do comércio, para estimular a economia, Bolsonaro contrariou tudo o que os especialistas têm alertado e as medidas sanitárias adotadas no país e no mundo, conforme recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para conter a pandemia do novo coronavírus (COVID-19).
Bolsonaro minimizou as ações de combate seguidas por governadores e prefeitos e novamente atacou a imprensa que, segundo ele, espalhou a “sensação de pavor” e potencializou o cenário de “verdadeira histeria” pelo país. Classificou o coronavírus como uma “gripezinha ou resfriadinho” e defendeu o funcionamento das escolas e a volta “à normalidade”. O isolamento social, no entanto, é a melhor forma de não contrair o vírus, segundo especialistas.
Na manhã desta quarta-feira (25/03), o presidente reforçou o discurso e chegou ao absurdo de comparar o vírus com a Influenza A subtipo H1N1, sendo que é falsa a previsão de que o coronavírus possa matar menos que a H1N1, conforme dados do próprio Ministério da Saúde.
A reação do Legislativo foi imediata. Em nota, o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, considerou o posicionamento “grave”, afirmou que o país precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população. “A Nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência, seriedade e responsabilidade. O Congresso continuará atuante e atento para colaborar no que for necessário para a superação desta crise”, diz trecho do documento assinado pelo presidente e vice-presidente do Senado Federal.
Parlamentares de todo o país, movimentos sociais e intelectuais também se manifestaram contrários. O pedido de impeachment foi protocolado antes mesmo do pronunciamento. Governadores anunciaram o rompimento com o governo nesta quarta e um abaixo-assinado virtual que contava com 200 mil assinaturas já ultrapassa 700 mil.
A Plenária Nacional da FASUBRA Sindical aprovou a campanha “Fora Bolsonaro!”. A Federação repudia as declarações do presidente, assim como as declarações do ministro Paulo Guedes que cobra mais reformas e cortes nos serviços públicos para combater a pandemia. Para atravessar o momento de crise, a FASUBRA defende a adoção de medidas como: a revogação da EC 95; a revogação da MP da Morte (927/20); a taxação das grandes fortunas; a implementação da renda básica de emergência para os mais vulneráveis e desempregados; a valorização da educação pública e dos Hospitais Universitários e seus profissionais com novas contratações, aumento salarial e o uso adequado de EPI.
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