Nota de solidariedade às vítimas e por justiça em relação ao crime da Vale em Brumadinho/MG
A FASUBRA Sindical consternada com a notícia do rompimento, no último dia 25, da Barragem I, Mina Córrego do Feijão, explorada pela Vale S.A. em Brumadinho/MG, manifesta solidariedade às vítimas de mais um crime cometido pela mineradora.
O Estado de Minas Gerais convive, desde o Brasil Colônia, com as consequências da exploração mineral desenfreada em suas terras. Apenas nos últimos anos, ocorreram cinco desastres socioambientais envolvendo a mineração: Nova Lima (2001), Miraí (2007), Itabirito (2014) e Mariana (2015). Em Brumadinho, embora ainda não seja possível saber a dimensão do impacto ambiental, as perdas humanas, são em números, muito superiores às ocorridas em Mariana. Até o momento, 60 mortes foram confirmadas e existem centenas de desaparecidos.
O rompimento de outra barragem de rejeitos de mineração, há apenas três anos da catástrofe provocada em Mariana/MG, por responsabilidade da Vale, nos causa indignação e revolta, pois sugere que a empresa não foi capaz de aprender com a trágica experiência que degradou sobremaneira a bacia hidrográfica do Rio Doce, e que o estado não puniu severamente a mineradora que cometeu o maior crime contra o meio ambiente de toda a história da mineração brasileira. O lucro privado como único objetivo nos trouxe a essa situação, e para que a mineração possa respeitar o meio ambiente e a vida das pessoas, além da prisão da direção da empresa e maior rigor na fiscalização da mineração no Brasil, faz-se necessário a reestatização da Vale S. A., e o seu controle social.
Não podemos deixar de denunciar que o governo federal está na contramão dessas necessidades, defendendo menos rigor na fiscalização ambiental e a consequente impunidade das empresas criminosas. Entre os ministros corruptos de Bolsonaro está o do meio ambiente, que foi condenado em 2018 por adulterar mapas da área de proteção ambiental da várzea do tietê para beneficiar mineradoras.
A Direção da FASUBRA, alertando que em Minas Gerais ainda existem 22 barragens sem condições de estabilidade, conforme inventário da Fundação Estadual do Meio Ambiente de 2017, repudia a impunidade das mineradoras e exige rigor na apuração e punição dos responsáveis pelo crime de Brumadinho/MG.
Foto: Divulgação Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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