Início da vacinação: vitória da ciência contra o obscurantismo
O anúncio do início da vacinação contra a Covid-19 nesta semana, a partir da próxima quarta-feira (20/1), representa um alento para a sociedade brasileira em meio ao crescimento do número de casos e mortes pelo coronavírus. Vitória da ciência, da pesquisa e do serviço público contra o negacionismo, a desinformação e a negligência.
Neste domingo (17/1), o país alcançou 209.847 mortos, com aumento registrado em onze estados, conforme levantamento do consórcio de veículos de imprensa. O desafio da pandemia tornou-se evidente e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, por unanimidade, o uso emergencial de dois imunizantes: a CoronaVac do Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês Sinovac e a da Universidade de Oxford, que será produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Nos votos, os diretores da Anvisa foram contrários ao governo federal e defenderam a ciência e a segurança das vacinas, além de criticaram o uso de medicamentos ineficazes como a hidroxicloroquina. Para o diretor Alex Campos, no vocabulário da Agência não há espaço para negação da ciência, tão pouco para politização. “A tragédia da morte por falta da terapia mais simples, o oxigênio, é um atestado ainda da nossa ineficiência, infelizmente. As imagens nos últimos dias nos faz prestar homenagem sincera a esses brasileiros do Amazonas, mas a todos os brasileiros que foram vítimas da Covid e da incúria do Estado”, disse.
Após a aprovação do uso emergencial, o governo de São Paulo vacinou a primeira brasileira. A escolha foi de grande representatividade: mulher, negra, enfermeira e da linha de frente de combate ao coronavírus, Mônica Calazans, 54, trabalha na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. A iniciativa do estado de São Paulo acabou por impulsionar o governo federal, que adiantou o processo de vacinação, antes marcado para o dia 25/1.
Em entrevista coletiva, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se mostrou claramente irritado e trocou farpas com o governador Doria. Na opinião do ministro, a vacinação da primeira mulher pelo estado de São Paulo foi uma “jogada de marketing”. A declaração mais dura ao governo federal veio do presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas. “Respeito muito o general Pazuello, mas como todo general, como todo soldado, ele foi preparado a vida inteira para matar, para lutar”, criticou.
Vacinação Geral Já
Em dezembro, a Plenária da FASUBRA Sindical aprovou a campanha “Vacinação Geral Já”, pela imunização massiva contra o coronavírus e em repúdio ao desprezo científico do atual governo.
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Foto: divulgação
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