Greve Geral: trabalhadores de todo o país paralisam atividades contra as reformas do governo Temer

15:51 | 29 de abril de 2017

Somadas à Terceirização, as propostas pioram as condições de vida da população brasileira, alterando a estrutura do mercado de trabalho, a rotatividade e o abismo das desigualdades já existentes, segundo o Dieese.

Milhares de trabalhadores da iniciativa privada e do setor público, incluindo os trabalhadores técnico-administrativos em educação das instituições federais de ensino, aderiram à paralisação do dia 28 de abril.

 

A greve geral teve como motivação um protesto nacional contra as Reformas Previdenciária (PEC 287/16) e Trabalhista (PL 6787/16) que tramitam no Congresso Nacional e contra a aprovação da Terceirização, impostas pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Ainda, a greve ocorreu em um momento conjuntural e político instável, em que a credibilidade no parlamento despenca, por conta do envolvimento da maioria dos parlamentares no esquema de corrupção e propina e investigados pela Operação Lava Jato.

 

As propostas retiram direitos da classe trabalhadora, desconfiguram a Constituição Federal e rasgam, literalmente, a Consolidação das Leis do Trabalho, regredindo o país à década de 1930.

 

Graves prejuízos

Criticada pelos magistrados, a reforma trabalhista é considerada inconstitucional, com injustificáveis retrocessos e graves prejuízos aos trabalhadores, de acordo com a Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas).

 

Aposentadoria inalcançável

A reforma da Previdência justificada, segundo o governo, pelo rombo de R$ 149,7 bilhões em 2016, retira dos pobres em benefício do mercado financeiro, endurecendo as regras para adquirir o benefício, tornando-o inalcançável. Enquanto isso, os maiores bancos do país seguem com o aumento dos lucros (R$ 14,9 bilhões), devendo descaradamente, juntamente com  outras empresas, à Previdência Social um valor de cerca de R$ 426,07 bilhões.

 

Precarização

Somadas à Terceirização, as propostas pioram as condições de vida dos trabalhadores brasileiros, alterando a estrutura do mercado de trabalho, a rotatividade e o abismo das desigualdades já existentes, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

 

Comunidade internacional

Os olhos da comunidade internacional estão voltados para o Brasil e para o risco  da precarização do trabalho, queda da renda e do consumo, aumento da desigualdade social, evasão fiscal e aumento dos déficits previdenciários.

 

Em carta enviada pelo Papa Francisco à Temer, o pontífice diz estar ciente de que a crise que o país enfrenta não é de simples solução, mas  expressa preocupação: “…Porém não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados, e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises, que vão muito além da esfera meramente financeira”.

 

A indignação tomou conta das ruas, e os brasileiros deixaram claro que não pagarão a conta desta crise do capital. A mobilização do país contra o desmonte do estado é uma demonstração de que os trabalhadores e a população em geral não aceitarão, sem muita luta, a retirada de direitos.

 

Foto: Stéphane

Assufsm – Associação dos Servidores da Universidade Federal de Santa Maria

Assessoria de Comunicação FASUBRA Sindical

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