FASUBRA Sindical repudia ação truculenta da PM na Ufes

15:52 | 14 de agosto de 2020

A Direção Nacional (DN) da FASUBRA Sindical repudia a truculência e a arrogância a que técnico-administrativos, técnica-administrativas, estudantes e docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) foram submetidos nesta quinta-feira (13/08), no campus Goiabeiras, quando recebidos por policiais militares que atuam na universidade, sendo negado o direito legítimo à manifestação.

Enquanto o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) se reunia virtualmente para discutir a adesão da Ufes ao ensino remoto, apesar de o reitor e vice-reitor se encontrarem presentes na sala de sessões dos Conselho de Superiores, representantes das entidades dos segmentos da universidade – Adufes, DCE e Sintufes, foram impedidos de acessar o 1º e o 2º pisos do prédio da reitoria para uma intervenção com colocação de faixas e cartazes contrários à medida.

O coordenador da pasta LGBT da FASUBRA Sindical e também coordenador de Formação Política e Sindical do Sintufes, Wellington Pereira, foi surpreendido pelo sub-tenente Ramos aos gritos de “vou te atropelar aqui”, na entrada do prédio. “Fizemos todo um debate quando a universidade estava trazendo a PM e falamos exatamente sobre o que aconteceu. A universidade é um campo do pensar, do diálogo e da divergência. E sabíamos que isso aconteceria quando tivéssemos policiais mal preparados, que não possuem o mínimo de tato de relações humanas para interagir com as pessoas. Nós prevíamos isso há muito tempo. O que nos deixa enfurecido é que essa administração se elegeu numa perspectiva de dialogar com os movimentos, numa perspectiva de não à violência. Um homem com uma arma na mão não atropela, ele mata. Os policiais no Brasil perderam a vergonha de falar que vão matar. E matam mesmo. Temos visto isso em todos os rincões do país e não é diferente na universidade. A comunidade acadêmica se sentiu ameaçada, mediante aquelas palavras”, destaca.

Em nota conjunta, as entidades pedem o imediato desligamento do sub-tenente Ramos dos quadros da Ufes e afirmam que ficou caracterizado o uso da polícia política no espaço interno da universidade. “Além do impedimento de nossa circulação, fomos tratados com agressividade e ameaças, por policiais armados que intimidavam os manifestantes. Os policiais informaram que iriam pedir autorização a alguém da gestão que estivesse nos andares superiores para que pudéssemos subir, tanto quanto foi solicitado que alguém da equipe do reitor viesse dialogar com estudantes, técnicos e docentes que estavam na portaria. Nem fomos autorizados a subir para colocar os cartazes e também não fomos recebidos por ninguém na portaria para dialogar”, explica trecho da nota.

A FASUBRA Sindical continuará na luta pela autonomia das Instituições Públicas de Ensino Superior, pela democracia interna de universidades e institutos federais, pela liberdade de expressão, contra o autoritarismo e o discurso de ódio, tão presentes nos dias atuais.

Veja a nota conjunta na íntegra.

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