FASUBRA se manifesta na posse de Lula e entrega pauta no dia seguinte
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (LULA) foi empossado neste 1º de janeiro de 2023, em uma celebração histórica do povo brasileiro, em especial da classe trabalhadora, e destacou em seu discurso o desmonte do Estado em áreas essenciais à população, como saúde e educação, o crescimento da desigualdade e a urgência da reconstrução de uma democracia sólida, com a garantia de direitos a toda população com base na Constituição.
“Desmontaram a Educação, a Cultura, a Ciência e Tecnologia. Destruíram a proteção ao Meio Ambiente. Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública, a proteção às florestas, a assistência social”, afirmou em seu discurso.
Para um público de cerca de 300 mil pessoas de todo o Brasil, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) não divulgou o número oficial, sendo que mais de 500 eram técnica-administrativas e técnico-administrativos em educação da base da FASUBRA Sindical e da Direção Nacional (DN), o presidente LULA falou sobre os desafios em políticas públicas, inclusão, distribuição de renda, combate à fome, ao ódio, à impunidade e à violência.
“Vamos recompor os orçamentos da Saúde para garantir a assistência básica, a Farmácia Popular, promover o acesso à medicina especializada. Vamos recompor os orçamentos da Educação, investir em mais universidades, no ensino técnico, na universalização do acesso à internet, na ampliação das creches e no ensino público em tempo integral”.
“Os olhos do mundo estiveram voltados para o Brasil nestas eleições. O mundo espera que o Brasil volte a ser um líder no enfrentamento à crise climática e um exemplo de país social e ambientalmente responsável, capaz de promover o crescimento econômico com distribuição de renda, combater a fome e a pobreza, dentro do processo democrático”, disse em outro trecho.
Segurança na posse
Diante de ataques a militantes, alguns inclusive vítimas do discurso de ódio, e recentes episódios de terrorismo na capital federal, um forte esquema de segurança foi montado na Esplanada dos Ministérios. A princípio, todos os presentes passariam por uma revista individual e precisa, mas o procedimento acabou restrito às proximidades da praça dos Três Poderes por conta da multidão, o que o tornou inviável. O plano foi alterado a partir das 10h e os acessos ao norte do Eixo Monumental foram liberados.
“Estamos revogando os criminosos decretos de ampliação do acesso a armas e munições, que tanta insegurança e tanto mal causaram às famílias brasileiras. O Brasil não quer mais armas; quer paz e segurança para seu povo”, informou LULA em seu discurso.
“Defendemos a plena liberdade de expressão, cientes de que é urgente criarmos instâncias democráticas de acesso à informação confiável e de responsabilização dos meios pelos quais o veneno do ódio e da mentira são inoculados. Este é um desafio civilizatório, da mesma forma que a superação das guerras, da crise climática, da fome e da desigualdade no planeta”.
Acessibilidade
Apesar da grandiosa solenidade, em clima de paz e sem grandes ocorrências, a organização da festa do povo que elegeu LULA pecou no quesito acessibilidade. As pessoas PcD (Pessoa Com Deficiência), que fizeram questão de participar da posse de LULA, em especial as com problemas de locomoção, sofreram com o sol escaldante de 28º, falta de informações, sensibilidade e espaço, assim como idosos e crianças, entre outros.
A assessoria de Comunicação da FASUBRA e dirigentes falaram logo pela manhã com a PMDF, a equipe do DF Legal, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e nenhum servidor/servidora soube apresentar uma solução ou auxílio.
Foi o caso do coordenador de Formação e Comunicação Sindical Luan Diego Badia da Federação.
“Qualquer evento precisa possibilitar participação para todas as pessoas, senão é excludente. O que sofremos ontem mostra que temos muito pelo que lutar ainda e que só mudar de governo não basta. Valeu o esforço para participar da maior manifestação popular desde 2013”, criticou.
A assessoria da FASUBRA ainda entrevistou o André, que enfrentou o mesmo problema.
André Luiz Salomão de Olinda/PE, 48 anos, artesão, sofreu um atropelamento há dez anos e ficou com problemas na fala e na locomoção. Ele mudou-se para Brasília desde então para tratamento no Hospital Sarah Kubitschek. André encarou a posse em um andador. “Não vi nenhum tipo de informação sobre acessibilidade”.
“Depois que ele deu a entrevista, quando estávamos em direção ao palco, encontramos uma barraca. Forneceram uma cadeira de rodas para ele. No entanto, depois devolvemos a cadeira no mesmo local, ele teve que andar até a Rodoviária. Foi difícil pra ele, porque imagina uma pessoa com essa dificuldade de locomoção percorrer um caminho tão longo a pé”, reforça a irmã de André, Roberta Lira, nesta segunda-feira (2/1).
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