FASUBRA repudia ação da Polícia Militar e convocação das Forças Armadas contra manifestantes no #OCUPA BRASÍLIA

16:32 | 30 de maio de 2017

 

 

É necessário não confundir a reação do oprimido com a violência do opressor”.

 

Malcom X

 

 

A FASUBRA Sindical, reafirmando o seu protagonismo na luta contra a retirada de direitos e atendendo ao chamado das Centrais Sindicais e de Movimentos Sociais e Populares, participou da histórica Marcha da quarta-feira, 24 de maio de 2017, em que milhares de pessoas, dentre os quais trabalhadores de diversas categorias do serviço público e privado, estudantes, aposentados e até crianças, de todo o país, participaram do Ato #OCUPA BRASÍLIA. A manifestação reuniu mais de 150 mil participantes na Capital Federal e contou com a significativa presença de quase dois mil Técnico-Administrativos em Educação de instituições federais e estaduais de ensino da base da Federação.

 

O protesto, que teve como pauta a manifestação contrária às propostas de Reforma da Previdência (PLC 30/17) e Trabalhista (PL 6787/16) e pelo FORA TEMER, transcorria pacificamente até que a Polícia Militar do Governo do Distrito Federal (GDF) iniciou violentos ataques contra os manifestantes. Usando equipamentos como bombas de gás, spray de pimenta, balas de borracha e até mesmo armas letais, com cães adestrados para ataque e regimento de cavalaria, os policiais investiram fortemente contra os participantes da Marcha, a maioria absoluta desarmada e indefesa. O resultado, amplamente divulgado, foi um saldo de centenas de pessoas machucadas, algumas de forma grave, que perderam membros, com risco de cegueira, intoxicações, escoriações e ferimentos diversos.

 

A truculência da polícia transformou a Esplanada dos Ministérios em um cenário de guerra. Imprensa e manifestantes foram atacados; houve disparos de arma de fogo; helicópteros foram utilizados, complementando todo o aparato repressivo contra uma multidão sem quaisquer condições de defesa. Até mesmo os apelos das lideranças dos movimentos e de parlamentares presentes para que os policiais não investissem contra os manifestantes foram completamente ignorados.

 

Infelizmente, como é de praxe, a grande mídia brasileira foi totalmente parcial na cobertura das manifestações e tentou, novamente, criminalizar o movimento. As manchetes dos jornais e dos telejornais foram lamentáveis, pois destacavam os danos ao patrimônio público decorrentes de confrontos pontuais entre manifestantes e policiais, sem dar nenhuma importância à brutalidade das forças de repressão, que investiram tão fortemente contra os participantes do ato. Ainda, a Marcha, pacífica e grandiosa, ficou em segundo plano perante o espetáculo da violência absurda praticada contra uma maioria portadora tão somente de adereços, panfletos, faixas e bandeiras.

 

É importante relatar que, há muito, os movimentos sociais vêm denunciando a infiltração de elementos estranhos às manifestações. Têm se tornado comum nos atos as situações criadas para justificar a violência, a repressão, a culpabilização e a criminalização dos movimentos. Vídeos e fotos dos ataques programados para desqualificar os movimentos estão amplamente divulgados nas redes sociais, reforçando esta suspeita.

 

Mas, onde está a violência de fato? A violência do Estado pode ser identificada no sistema judiciário, que possui a mão pesada para com os oprimidos e sujeitos marginalizados (os pobres, negros, mulheres, homossexuais etc); nas forças militares que, frequentemente, reprimem ações populares, tais como a manifestação no dia 24 de maio; o Estado, quando nega a existência de algumas identidades e quando retira direitos, invariavelmente atingindo o lado mais fraco da situação, entre outros exemplos. Ainda, a narrativa pacifista ocorre somente quando os oprimidos reagem, justificando-se, desta forma, a repressão generalizada e a condenação dos movimentos pela opinião pública! E isto nos leva ao questionamento: por que somente um lado é mostrado? As vidas mutiladas valem menos que os vidros quebrados?

 

A FASUBRA Sindical vem repudiar a repressão e a violência e, em especial, a maneira covarde como os manifestantes foram rechaçados no seu legítimo direito de protestar. Ao mesmo tempo, reitera sua luta nas ruas contra o desmonte do Estado Brasileiro e pelo FORA TEMER.

 

Repudia, ainda, a convocação, pelo governo Temer, das Forças Armadas para conter a manifestação, quando dez companhias com 1.200 homens do Exército foram deslocadas para Brasília e as tropas da Marinha e Aeronáutica foram colocadas em prontidão, tudo para reprimir a população civil, configurando o “Estado de Sítio” na Capital Federal.

 

Enquanto entidade representativa de milhares de trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação de instituições federais e estaduais de ensino, a FASUBRA Sindical não poderia se omitir perante a crise política e institucional que vem trazendo tanta desesperança e descrença à população brasileira. Desta forma, reafirmamos nosso compromisso intransigente com a defesa dos direitos da classe trabalhadora deste país e contra a violência do Estado!

 

Direção Nacional da FASUBRA Sindical

 

 

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