FASUBRA RELATA MESA DE SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE O SISTEMA DA DÍVIDA
A FASUBRA Sindical foi relatora, na terça-feira (12), da segunda parte da mesa II do Seminário Internacional “O Sistema da Dívida na Conjuntura Nacional e Internacional”, promovido pela Auditoria Cidadã da Dívida, no auditório da Reitoria da UNB.
A Federação, que integra a cúpula de apoio à realização do evento, foi representada na mesa pelo coordenador da CAF, Rolando Malvásio Júnior. Em sua intervenção, o coordenador ressaltou abordou as implicações do “espúrio” sistema econômico mundial para a classe trabalhadora. “Recentemente participei de um evento do BRICS Sindical. Lá podemos constatar que as estratégias do capital são devastadoras para o trabalhador. Hoje, com todo o enfrentamento ainda temos, alguns direitos garantidos, mas não há como prever garantias trabalhistas para as futuras gerações”, afirmou.
Antes da fala do coordenador foram proferidas palestras por membros do Comitê para a Anulação da dívida do Terceiro Mundo, Latinidad e intervenções de representantes da Argentina, Colombia, Suiça e Espanha, repectivamente Júlio Gambina, Willian Gavíria, Julie Duchatel e Mikel Noval.
O primeiro palestrante, Júlio Gambina abordou os movimentos insurgentes que ocorreram no Brasil desde julho, as manifestações de trabalhadores mundo afora desde a crise econômica de 2008 e suas repercussões. Para ele, a crise não acabou, “ela se estende até os dias atuais e pensar nisso é ilusão. Eu acho que temos que pensar em uma crise mundial. Não há no mundo país fora da crise e isso é uma oportunidade para lutar contra o capitalismo com uma perspectiva de emancipação mundial dos movimentos sociais”, alertou o argentino, que também apresentou detalhes da dívida externa argentina.
Willian Gaviria, representante da Colômbia, destacou que nos últimos anos ocorre um endividamento exagerado da econômia colombiana, que vem consumindo 25% do PÌB colombiano. “O resultado é que temos visto emergir na Colômbia uma intensa mobilização de mulheres, camponeses e estudantes que exigem melhoria das condições econômicas e conseqüente desenvolvimento social”, disse.
Julie Duchatel, da Suíça, abriu sua intervenção dizendo que falar de crise econômica na Suíça era incongruente, dado que se trata de um dos países mais ricos do planeta. Assim, ela apresentou o trabalho do CETIM, que é um centro de investigação e documentação que estuda as dívidas públicas, desigualdades sociais delas decorrentes e edita publicações que orientam e apontam soluções para crises financeiras e econômicas.
Sobre o sistema da dívida no estado espanhol falou Mikel Noval, do ELA. Ele apontou uma série de estratégias que o governo espanhol tem utilizado para fazer frente às dívidas contraídas e que vêm resultando em comprometimento de programas sociais.
Luth Laporta, da Anel, parabenizou os levantes de trabalhadores e jovens ocorridos no Brasil e no mundo contra o “imperialismo” e as políticas neoliberais que têm gerado perdas de direitos sociais. Em especial para o Brasil, Laporta disse acreditar que o campo certo para combater o capitalismo é a rua. “É nela que temos que lutar contra a privatização e a política econômica que aí está.”, concuiu o estudante.
O Seminário
Organizado pela Auditoria Cidadã da Divida em parceria com diversas entidades, o seminário reuniu desde a segunda-feira representantes de vários países para discutir o tema, inclusive tendo sido aberto com audiência pública ocorrida na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.
Para a FASUBRA, a coordenadora do evento, Maria Lúcia Fatorelli, falou sobre a importância seminário diante da conjuntura econômica brasileira. “A dívida pública é uma das maiores responsáveis pela desigualdade social no Brasil. Nesse contexto, esse evento traz a oportunidade de conhecer a realidade de vários países da América Latina, Europa e de estados do Brasil, e permite-nos identificar o que chamamos de sistema da dívida, que deveria ser um mecanismo de financiamento, mas que não tem correspondido ao ingresso de recursos”, afirmou.
Encerramento
Na quarta-feira (13), a programação do evento contemplou a realização das mesas Caminhos Possíveis Face às Ilegalidades e Ilegitimidades do Sistema da Dívida e Impactos Sociais e Econômicos do Sistema da Dívida. Já no encerramento, foi proferida a Palestra Magna Enfrentando o Sistema da Dívida: Auditoria, apresentada pelo Embaixador do Equador, Dr. Horacio Sevilla Borja.
Redação: Carla Jurumenha – ASCOM FASUBRA Sindical.
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