Fasubra publica nota de apoio a estudante da USP agredido por PM

16:16 | 13 de janeiro de 2012

A Direção Nacional da Fasubra Sindical editou nesta sexta-feira (13), nota de apoio contra as agressões sofridas pelo estudante da USP na última segunda-feira. Na nota, a DN rechaça o abuso de autoridade cometido pelo policial militar, afirma que a ação vai contra o estado democrático de direito e e critica o recorrente autoritarismo adotado pelo reitor daquela universidade JOão Grandino Rodas. Confira a nota no leia mais.

 

NOTA DE APOIO A ESTUDANTES DA USP

 

NÃO AO AUTORITARISMO E A FALTA DE DEMOCRACIA NA UNIVERSIDADE

A Federação de Sindicatos de Trabalhadores técnico-administrativos em Instituição de Ensino Superior Públicas do Brasil – FASUBRA Sindical vem a público defender a autonomia universitária com democracia, em todas as instâncias das universidades e condenar o abuso de autoridade e práticas ditatoriais que vêm ocorrendo no interior da Universidade de São Paulo (USP), maior Universidade Pública Brasileira e uma das maiores Instituições de Ensino Superior na América Latina.

Esta semana a USP foi palco de mais um noticiário que vai de encontro ao princípio estratégico da universidade brasileira e que tem sido tão caro aos movimentos sociais, o direito ao exercício da cidadania com garantia da democracia plena em todos os espaços de decisão e convivência, uma organização laica, referenciada socialmente e livre das práticas racistas tipificadas no Art. 5º da Constituição Federal Brasileira.

A vítima mais recente foi o estudante Nicolas Menezes Barreto que foi agredido, dentro do campus Butantã, por um agente repressor do estado, representado naquele momento pelo sargento da PM André Luiz Ferreira. O estudante afirma que foi vítima de racismo quando diz: “Eu era o único negro lá (…) sem dúvida foi racismo”.

Importante mencionar que nada disso teria ocorrido se a reitoria não tivesse determinado a desocupação do antigo centro de convivência da USP, atualmente utilizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), único espaço de convívio dos que moram no campus, ou seja, ao invés de providenciar espaço de convivência para os estudantes ou buscar a democracia através do diálogo com o órgão de representação estudantil, a reitoria preferiu se utilizar da força repressora e o despreparo do policial militar para agredir, com arma em punho, um dos representantes da razão de existência da universidade, o estudante. Fato esse que nos remete às memórias terríveis ocorridas no período da ditadura militar.

Não é a primeira vez que o reitor João Grandino Rodas age autoritariamente, tanto é que firmou convênio para garantir a presença da polícia militar no campus da universidade, na verdade, tem agido como interventor, inclusive, valendo-se da lista tríplice, aceitou ser empossado pelo governador do estado, mesmo tendo ficado em segundo lugar na eleição para a reitoria da USP, quando foi derrotado pelo professor Glaucius Oliva.

Nesse contexto, a FASUBRA Sindical apóia a luta democrática e justa dos estudantes da USP em defesa da democracia, se solidariza ao estudante Nícolas e todos aqueles (as) que não se calam diante da prepotência, autoritarismo e práticas antidemocráticas e repressoras ocorridas no âmbito da USP ou de qualquer outra universidade brasileira.

De igual modo, condenamos a ação abusiva e agressiva da Policia Militar contra estudantes que se encontravam no interior do campus Butatã/USP, no último dia 06 de janeiro, bem como, rechaçamos a determinação inábil do reitor João Galdino Rodas em acionar a polícia militar para resolver problemas de caráter político e administrativo.

Brasília-DF, 13 de janeiro de 2012.

 

Léia de Souza Oliveira                               Sandro de Oliveira Pimentel

                         Coordenadora Geral                       Coordenador de Formação e Comunicação Sindical

 

Rogério Fagundes Marzola                                 Mário Márcio Garofolo

     Coordenador de Raça e Etnia                        Coordenador de Seguridade Social

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