FASUBRA participa de Seminário Internacional sobre avaliação da educação superior

16:15 | 1 de novembro de 2017

 

Para a FASUBRA, o Brasil deve ter uma avaliação de indicadores de qualidade mais objetiva.  

 

Nos dias 30 e 31 de outubro, a FASUBRA Sindical acompanhou as discussões sobre a avaliação da educação superior no Brasil, no Seminário Internacional “Avaliação da Educação Superior: características e perspectivas”! Realizado no Royal Tulip Brasília Alvorada, em Brasília-DF, o evento promovido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em comemoração aos 80 anos da instituição, reuniu cerca de 500 convidados. O coordenador de administração e finanças da FASUBRA e membro da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior  (Conaes/MEC), Rolando Malvásio, representou a Federação.

 

A secretária executiva do Ministério da Educação (MEC), Maria Helena Guimarães de Castro, participou da abertura do evento ao lado da presidente do Inep, Maria Inês Fini.

 

Ineficiência

Maria Helena apresentou um breve histórico do ensino superior no Brasil, a partir da última reforma profunda realizada em 1968, durante a ditadura militar. A secretária considera a avaliação do ensino superior no Brasil burocrática e afirma a necessidade de mudanças na educação superior . “É preciso mudar, se renovar”.

 

Maria Helena criticou que universidades públicas são ineficientes,  e “para combater a ineficiência e corporativismo da universidade pública é preciso alterar radicalmente sua estrutura jurídica”, afirmou citando o artigo de Rogério Cerqueira Leite, professor da Universidade de Campinas (Unicamp).

 

Para a secretária, “o Ministério da Educação e a sociedade brasileira precisam compreender que não há nada de natural naquilo que os jovens aprendem hoje nas universidades, não passam de codificações primitivas, de ditames corporativo advindos de grupos de interesse, que tiveram sua profissão legal sancionada pelo congresso”.

 

Segundo Maria Helena, “continuamos a perpetuar um passado que governa o estudo das novas gerações, obrigando-as a gastar tempo com informações que não tem sentido, não tem mais lógica no mundo real”, afirmou citando Edson Nunes.

 

Maria Inês Fini, presidente do Inep, destacou a reflexão sobre os processos de avaliação do Inep, aproveitando a experiência desenvolvida. “Com a contribuição da comunidade acadêmica, estamos em busca do aprimoramento dos procedimentos, instrumentos e parcerias”, destacou.

 

 

OCDE 

Thomas Weko, analista sênior na divisão de aconselhamento e implementação de políticas educativas do Diretório de Educação e Competências da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) falou sobre Medidas de Qualidade no Ensino Superior: Qual o papel de avaliações de estudantes em países da OCDE?

 

Para Weko, a expansão do sistema de ensino superior aumentou a oferta, mas o modo tradicional de avaliação da qualidade se tornou impraticável. Os altos custos do sistema de ensino superior precisam de transparência e proteção dos gastos públicos crescentes, afirmou.

 

Os países da OCDE não usam avaliações de estudantes para medir a qualidade do ensino. Segundo Weko, o custo e complexidade para avaliar é demasiado alto para os países pequenos e há grande confiança na qualidade e consistência das instituições públicas de ensino superior.

 

 

Objetividade

Para a FASUBRA, o seminário é importante por reunir experiências latino americanas e de países da OCDE. “Percebe-se claramente que o sistema de avaliação do ensino superior brasileiro é muito complexo, até mais que da OCDE. Os indicadores de qualidade para avaliar a educação não significam qualidade, porque às vezes a qualidade está na simplicidade e objetividade dos indicadores”.

 

Os países da OCDE acompanham a vida do estudante pós-universidade, destacou Malvásio. “O estudante após a formação vai para o mercado de trabalho, eles acompanham a evolução por um tempo, pra ver se está colocado, se arrumou um bom emprego. Ou seja, é importante medir a qualidade através do desempenho laboral desse aluno após formado”, disse.

 

 

 

 

Segundo o coordenador, há muitas controvérsias dentro do movimento sindical referentes a avaliação no ensino superior. “Parte acha que não tem que avaliar, que a avaliação feita por meio do Sinaes, nada mais é do que obedecer ao consenso de Washington”. Para a FASUBRA, o Brasil deve ter uma avaliação de indicadores de qualidade mais objetiva, para saber como está o ensino.  

 

“Esse seminário vem em boa hora, quando o Brasil está tentando mudar, fazendo uma nova proposta avaliativa para as instituições de ensino superior. O Brasil deve seguir o caminho da OCDE com avaliações mais  enxutas, pontuais e focadas não apenas no ensino, mas no pós-ensino de qualidade de como o estudante foi introduzido ao mercado de trabalho”, afirmou Malvásio.

 

“Mais uma vez não surpreende o viés neoliberal e privatista da secretária executiva, o que é lamentável. Vivemos em um país com pouquíssimas inclusões, e o pouco que avançou a partir do momento que se abre para o mercado, não haverá mais essas inclusões”, rebateu o coordenador sobre o discurso de Maria Helena, secretária executiva do MEC.

 

Outros destaques da programação são as mesas redondas Avaliação em larga escala na educação superior no Brasil: óticas contemporâneas e novos caminhos; O papel do Enade e dos indicadores na indução da qualidade na educação superior, e Perspectivas sobre os Indicadores de Qualidade da Educação Superior Brasileira.

 

Com informações: Ascom MEC

 

Assessoria de Comunicação FASUBRA Sindical

 

 

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