FASUBRA participa de debate “Previdência e Trabalho” na CDH do Senado
A FASUBRA Sindical participou nesta segunda-feira (2) pela manhã de audiência da Comissão de Direitos Humanos e Legislação (CDH), do Senado Federal, para debater o tema “Previdência e Trabalho”, com foco na proposta de reforma da Previdência. A audiência faz parte de um ciclo de debates, proposto pelo presidente da Comissão, senador Paulo Paim (PT-RS). A coordenadora de Organização Sindical da Federação Adriana Stella falou sobre a perspectiva da classe trabalhadora dentro do contexto social que vive o país e criticou a capitalização proposta pela reforma. Adriana representou a Secretaria Executiva Estadual de São Paulo da Central Sindical Popular (CSP- Conlutas).
“Um dos debates prioritários quando a gente pensa a reforma da Previdência é essa relação de mudar o conceito de solidariedade para essa visão individual que tem o eixo da capitalização alicerçado, onde você deixa de compreender a Seguridade Social no seu sistema global. Quando a gente olha para esse cenário, dentro do contexto da crise econômica que a gente vive e dentro do contexto das reformas, em especial a reforma trabalhista, não é um ataque só a Previdência, em que pé que já seja um ataque brutal, mas é impossível que a classe trabalhadora consiga chegar aos seus 40 anos de recolhimento dentro de um cenário de grande desemprego. A juventude sequer tem acesso ao emprego e está trabalhando de forma muito precarizada. Então você não renova as vagas de mercado em um cenário de desemprego”, analisou.
Para a coordenadora da FASUBRA, deveria haver uma redução na jornada de trabalho, sem redução de salários, para que pudesse ampliar as vagas no mercado e ter cada vez mais gente contribuindo para o sistema da Previdência Social. “Esse cenário que coloca a classe trabalhadora de fora das perspectivas de aposentadoria, ele não vai atacar só os trabalhadores que já entregaram as suas vidas inteiras, que já contribuíram à produção social, e em situações que tiveram danos à saúde, mas isso também coloca uma perspectiva que esse adoecimento vai ser crescente. E aí vai ter só duas perspectivas para a classe trabalhadora: ou você trabalha adoecido ou você trabalha até morrer”, lamentou.
A proposta de reforma da Previdência – PEC 06/19 deve ser votada na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ) na próxima quarta-feira (4) e as centrais e entidades sindicais definiram novas mobilizações contra a medida. O relatório de Tasso Jereissati (PSDB-CE) já recebeu mais de 370 emendas até o momento. Na terça-feira (3), lideranças sindicais farão um dia de pressão no Senado contra a reforma em ato no Auditório Petrônio Portela, de 9h às 14h.
A luta não pode parar. A FASUBRA Sindical orienta as entidades de base que continuem com a companha de denúncia dos parlamentares que votaram contra os trabalhadores na PEC 06/19 e também com a pressão aos senadores nos estados para que votem contra a proposta. Outras datas agendadas são: no dia 7 estão previstas manifestações em defesa da Amazônia, em defesa da Educação e contra a reforma, juntamente com o Grito dos Excluídos. Novos atos devem ser realizados ainda no dia 20 de setembro com a “Greve Mundial pelo Clima”, com manifestações em defesa do meio ambiente e, no dia 24 deste mês, data prevista para a votação em 1º turno.
Confira a discussão na íntegra.
Foto: Agência Senado.
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