Dia Internacional da Mulher: Sororidade, Resistência e Luta
O 8 de março abre o calendário de lutas de 2019 e as técnica-administrativas em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil estarão presentes em atos, manifestações e paralisações em todo o país, conforme decisão da Plenária Nacional da FASUBRA Sindical. Em Brasília, as mulheres vão se concentrar a partir das 16h, na Rodoviária do Plano Piloto.
Na data será realizada a marcha do “Dia Internacional de Lutas das Mulheres”, com temáticas em defesa dos direitos trabalhistas, contra a proposta de Reforma da Previdência, justiça por Marielle e contra o feminicídio. No próximo dia 14 de março, o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro e de seu motorista Anderson Gomes completa um ano sem solução. As mulheres também vão protestar contra a discriminação de gênero, a desigualdade, o racismo, o machismo, o discurso de ódio e o preconceito contra pessoas LGBTs.
Este ano a FASUBRA Sindical ainda pretende trabalhar o tema “sororidade”, que significa a união e a aliança entre as mulheres, baseado na empatia e companheirismo, em busca de objetivos comuns. Sem a ideia de “irmandade” entre as mulheres, o movimento feminista não conseguiria impor as suas reivindicações e conquistas ao longo dos anos.
As organizações de mulheres têm dado um grande exemplo de unidade na construção de mobilizações e contra os diversos ataques e opressões do governo Jair Bolsonaro já impostos às mulheres, população indígena, quilombolas, LGBTs e demais minorias. Um exemplo do poder de união das mulheres foi o #Elenão realizado no ano passado, às vésperas das eleições e que levou milhões às ruas em todo o país.
A edição do 8 de março deste ano também alerta para as ameaças de retrocessos com o atual governo. Um deles foi anunciado logo no início do ano, com a nova ministra da Mulher, da Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que já emitiu diversas declarações que representam um atraso conservador quanto às pautas e conquistas feministas.
Outra luta importante feminina ainda é o controle sobre o próprio corpo. O Plenário do Senado Federal decidiu, no mês de fevereiro, desarquivar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 29/2015. A PEC trata da “inviolabilidade do direito à vida desde a concepção” e, se aprovada, proibirá a interrupção de gravidez em situações atualmente previstas em lei como casos de estupro, de risco à vida da mãe e de anencefalia do feto.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019 enviada à Câmara dos Deputados aprofunda as desigualdades entre homens e mulheres, pois não leva em consideração a dupla ou, às vezes, tripla jornada de trabalho das mulheres. Outro ponto que ataca mais as mulheres é o aumento de 30 para 40 anos de contribuição para o recebimento da aposentadoria integral.
Feminicídio
O discurso de ódio que se alastrou pelo país desde as eleições de 2018 amplia e incentiva a violência contra as mulheres. Em nota, divulgada em fevereiro, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) expressou sua preocupação com o número de assassinatos de mulheres por motivo de estereótipo de gênero no Brasil. Conforme a CIDH, em menos de dois meses, pelo menos 126 mulheres foram mortas no país em razão de seu gênero, além de 67 tentativas.
A Coordenação da Mulher Trabalhadora da FASUBRA Sindical destaca que 2019 será de muito enfrentamento e enfatiza a necessidade de fortalecer o calendário de lutas ao longo do ano, reforçando a resistência aos ataques do atual governo. A orientação é para que as mulheres permaneçam mobilizadas e participem de todos os atos conjuntos com os movimentos feministas em suas cidades. Somente assim, mobilizadas e, sobretudo, unidas, será possível resistir. A Coordenação, orienta ainda, que as técnica-administrativas em educação utilizem o material distribuído na última Plenária Nacional durante os protestos. Acesse os cartazes no link abaixo.
Cartazes Dia Internacional da Mulher.
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