Desafios da luta pela superação do modelo de gestão da EBSERH para os Hospitais Universitários foi o tema da mesa que iniciou os trabalhos da tarde

17:01 | 22 de novembro de 2024

A luta pela superação do modelo de gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) nos hospitais universitários apresenta diversos desafios. Essa empresa, criada para gerir hospitais vinculados às universidades federais, busca trazer maior eficiência administrativa e operacional. No entanto, esse modelo enfrenta críticas e resistências em diferentes aspectos:
O principal ponto de tensão é a percepção de que a gestão pela EBSERH compromete a autonomia das universidades, que historicamente têm controle direto sobre os hospitais universitários. Muitos temem que as decisões da empresa sejam mais voltadas para a eficiência administrativa do que para as necessidades acadêmicas e sociais.

Os hospitais universitários são campos essenciais para a formação de profissionais de saúde.
A lógica administrativa da EBSERH prioriza a produtividade e serviços assistenciais em detrimento da formação acadêmica e das pesquisas.
Outro ponto de atrito é a coexistência de servidores concursados pelo Regime Jurídico Único (RJU) com contratados pela CLT que gera desigualdades salariais e de direitos, além de tensões no ambiente de trabalho.
Além do mais os concursados foram analisados pela universidade que atesta a capacidade deles de trabalharem em um hospital universitário o que já não ocorre com os contratados pela CLT.
Apesar de ser promovido como uma solução para problemas financeiros, muitos hospitais geridos pela EBSERH continuam enfrentando dificuldades orçamentárias, dependendo de recursos insuficientes do governo federal.
Como acontece com a UFRJ, a maior universidade federal do Brasil que ficou em 13 de novembro passado sem luz e água por falta de pagamento.
A centralização da gestão pela EBSERH pode gerar dificuldades de adaptação às realidades locais, o que contrasta com a gestão descentralizada e personalizada feita pelas universidades.
Movimentos sociais, sindicatos e até setores acadêmicos se posicionam contra a gestão da EBSERH, destacando a necessidade de um modelo de gestão que privilegie o caráter público e educativo dos hospitais.
Caminhos para Superação
É preciso seguir um caminho diferente do que está aí. Pelo bem da formação de profissionais médicos, da saúde pública e do S.U.S.
Hoje os Hospitais Universitários não são mais escolas, e nem atendem mais a população como antes.
Antes um hospital universitário atendia entre 300 e 400 pacientes por dia. Hoje mantem o mesmo número só que por mês.
É necessário fortalecer o SUS garantindo que os hospitais universitários mantenham seu papel no Sistema Único de Saúde e priorizem as necessidades sociais.
Exige-se:
Participação Democrática:
Criar mecanismos para maior participação de trabalhadores, estudantes e usuários na gestão.
Modelos Alternativos: Estudar formas híbridas ou reformulações que respeitem a autonomia universitária e integrem eficiência com formação acadêmica.
Financiamento Público Adequado: Reforçar o financiamento federal para garantir a sustentabilidade dos hospitais universitários sem a necessidade de empresas gestoras.
Esse debate exige diálogo entre todas as partes envolvidas para equilibrar o papel dos hospitais como instituições de ensino, pesquisa e assistência à saúde pública.
Mas acima de tudo união dos trabalhadores se torna mais do que necessário, não só para garantir os direitos dos trabalhadores, mas também para defender a saúde pública de um país que está doente.
Corremos o risco de viver um estado neoliberal sem direitos como acontece nos Estados Unidos da América do Norte.
Em vez de um estado do bem estar social seremos um estado do mal estar social.

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