A crise no estado do Rio de Janeiro e o desmonte da Uerj

21:26 | 17 de fevereiro de 2017

 

Devido ao sucateamento e falta de recursos, a universidade chegou à beira de fechar as portas em 2017.

 

O estado do Rio Janeiro passa por um momento de crise financeira aguda, devido a corrupção articulada pelo ex-governador Sérgio Cabral, e que atinge a atual gestão do atual governo de Luiz Eduardo Pezão, ambos do PMDB. O primeiro se encontra encarcerado por desvio de verba e formação de quadrilha, o segundo cassado por abuso de poder econômico e político.

 

A quebra do estado atinge serviços essenciais como a saúde, educação, transporte e segurança. Isso levou os servidores públicos, desde 2015, a iniciar um processo de mobilização e greves para garantir o emprego e o pagamento de salários.

 

A política do governo do estado é de entregar à iniciativa privada esses setores para cumprir o acordo com a União de ajuste fiscal, proposto pelo presidente Michel Temer (PMDB), para receber recursos federais.  

 

A política de ajuste fiscal, na prática, significa o desmonte e sucateamento do serviço público por meio da privatização, congelamento de salários e demissões. No caso da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), a situação é tão crítica que o ano letivo de 2017 não iniciou por falta de recursos.

 

Falta de materiais

Pezão havia prometido fazer o repasse de verbas em julho do ano passado, já com um valor reduzido, mas não cumpriu, dificultando a manutenção do campus, como limpeza, coleta de lixo, fechamento do restaurante universitário.

 

Toda infraestrutura elétrica, hidráulica e de obras, falta de materiais como papel, tonner, canetas e demais suprimentos para manter a universidade parou por falta de pagamento às empresas prestadoras de serviços e fornecedores.

 

Salários atrasados

O mais alarmante é a falta do pagamento de salário dos servidores, uma situação desesperadora por não conseguirem pagar suas contas e comprar alimentos e remédios.

 

Bolsa estudantil

No caso dos estudantes o não recebimento de bolsas estudantis e demais bolsas de apoio à pesquisa e aos pesquisadores para a realização de atividades de ensino, pesquisa e extensão, o tripé que compõe a formação, impede a permanência de grande parte dos beneficiados.

 

Para, além disto, a ausência de recursos da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) à UERJ, por meio de projetos de pesquisa, auxílios e bolsas desde o início de 2015, impede a continuação do ensino, pesquisa e  extensão.

 

Devido ao sucateamento e falta de recursos, a universidade chegou à beira de fechar as portas em 2017.

 

Mesmo assim, os trabalhadores seguem lutando contra a política de entrega do patrimônio da população que é a universidade pública. A Uerj hoje agoniza e resiste ao laboratório que Pezão tenta criar para que governos de outros estados tentem copiar.  

 

Não ao desmonte da Uerj!

 

Foto: Sintuperj

Coordenação das Universidades Estaduais e Municipais

 

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