Crise ambiental: governo intensifica crise e pode recusar ajuda do G7  

15:04 | 27 de agosto de 2019

O governo Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (27) que condicionará a ajuda financeira do G7 de US$ 20 milhões (cerca de R$ 83 milhões) para o combate ao fogo da Amazônia a um pedido de desculpas do presidente francês, Emmanuel Macron, em uma série de equívocos sucessivos e grotescos que gerou uma crise ambiental no país.

Foi Bolsonaro, no entanto, que insultou a esposa de Macron, Brigitte, ao comparar a primeira-dama francesa a Michelle: “Não humilha cara. Kkkkkk”, o que gerou posts machistas nas redes sociais. Bolsonaro também solicita desculpas a declarações de que ele teria mentido sobre a preservação ambiental e sobre a intenção da França de discutir a internacionalização da floresta.

O G7 – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido – se reuniu de emergência no último sábado (24), após o fogo criminoso da Amazônia de mais de 15 dias e a falta de iniciativa do Governo Federal em controlar as chamas, causando grande destruição a maior floresta tropical em biodiversidade do mundo. Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) afirmam que o número de focos de queimadas cresceu 70% este ano (de janeiro até o dia 18 de agosto), na comparação com o mesmo período de 2018.

Nesta segunda (26), a imprensa brasileira informou que o MPF do Pará (Ministério Público Federal) notificou o governo três dias antes do incêndio que se alastrou no estado para comunicar que produtores rurais iriam realizar o “Dia do Fogo”, que foi combinado por meio de whatsApp e ocorreu no dia 10 de agosto, como forma de manifestar o apoio a declarações do presidente sobre diminuir a fiscalização do Ibama.

Conforme a revista Globo Rural, neste dia, mais de 70 pessoas – de Altamira e Novo Progresso – entre produtores rurais, comerciantes e grileiros, combinaram incendiar as margens da BR-163, rodovia que liga o Pará aos portos fluviais do Rio Tapajós e ao estado de Mato Grosso.

O Governo Federal se mostrou omisso, despreparado e extremamente irresponsável às políticas ambientais e, somente após as imagens das queimadas da Amazônia virilizarem na internet e diversos países se mostrarem preocupados com os prejuízos ao clima mundial, foi que resolveu agir na última semana e fez um pronunciamento para fazer um “mea-culpa” em rede nacional de televisão. O presidente Bolsonaro, entretanto, não convenceu que o país estava tomando as medidas necessárias e se contradisse em vários momentos.

Primeiramente, o governo alegou que estava tudo sob controle, depois chegou a culpar Ongs pelas queimadas sem provas e, quando chegou a admitir que o fato merecia atenção, o próprio presidente disse que não havia dinheiro para apagar o fogo e os ministérios estavam sem recursos para despesas básicas. O presidente Bolsonaro, mais uma vez, não se comporta à altura do cargo e demonstra o quanto é imaturo ao lidar com questões de ampla importância. Nesta terça-feira (27), ele se reuniu com governadores da Amazônia Legal, que defenderam o uso do dinheiro do G7.

Com informações de agências

Foto: Greenpeace

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