Contra a criminalização das lutas
Liberdade imediata para o dirigente preso do MTST Guilherme Boulos.
Lutar é um direito e uma necessidade
O dirigente do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, foi preso nesta terça-feira (17), durante reintegração de posse de um terreno em São Mateus, bairro da periferia da zona leste de São Paulo.
Cerca de 700 famílias ocupavam a área e o dirigente do movimento estava acompanhando a reintegração e procurando mediar possíveis conflitos quando foi preso por desobediência e desacato.
Boulos foi conduzido ao 49º DP, onde presta depoimento neste momento. Segundo seu advogado ao jornal Folha de S. Paulo, “antes do despejo, o líder tentou negociar com os policiais para que a ação fosse adiada”, mas não adiantou.
Para justificar a prisão arbitrária, a polícia de Alckmin disse que houve “desobediência”, porém o advogado contesta a versão e afirma que não houve desobediência. Boulos prestava solidariedade às familias que foram despejadas pela PM de uma área ocupada na zona leste da capital paulista.
Esse terreno estava completamente irregular pois não cumpria sua função social servindo de local para entulho. As famílias ocupantes, pressionadas pelo desemprego e pelos baixos salários, procuraram construir uma alternativa ao aluguel e ao desalento ocupando aquele terreno, limpando e dando uma função social ao mesmo, para assim encontrar uma alternativa ao problema social da moradia ao qual o Estado insiste em fechar os olhos.
Mas o Estado promoveu uma ação absurda e truculenta contra aqueles que com muito suor buscaram uma alternativa digna ao problema social. O judiciário e a PM ignoram os direitos fundamentais da vida, e promovem o despejo sem cumprir nenhum requisito legal de remoção de famílias como uma reunião prévia, o levantamento de crianças e idosos e a garantia de condições para que as famílias pudessem ir, junto com seus pertences, para um local seguro. Ao contrário, se utilizam de armamento para reprimir as famílias que lá estavam, bem como aos ativistas sociais que lá estiveram para tentar evitar a violência.
A prisão de Boulos é um claro sinal à política de repressão de Temer, Alckmin e Dória, que pretendem intensificar a perseguição aos movimentos sociais e de esquerda.
A FASUBRA SINDICAL é solidária ao MTST, às famílias que buscavam ali uma solução para a falta de moradia, e ao companheiro Guilherme Boulos, preso de forma truculenta pela PM paulista.
Não aceitamos que os movimentos sociais continuem a ser tratados como criminosos, enquanto os abutres da nação passeiam impunemente dilapidando o Estado e as condições de vida da população.
LIBERDADE IMEDIATA PARA GUILHERME BOULOS
FIM DA REPRESSÃO ÀS OCUPAÇÕES E AOS MOVIMENTOS SOCIAIS
MORADIA E DIGNIDADE PARA A POPULAÇÃO
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