Abertura de Seminário sobre Segurança debate violência e conjuntura nacional

17:57 | 2 de outubro de 2017

 

A programação segue com debates sobre a autonomia universitária e a política de segurança.

 

O XXVI Seminário Nacional de Segurança das Instituições Públicas de Ensino Superior (IPES) e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTTs) começou neste domingo (01/10), em Goiânia-GO. Realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás (SINT-IFESgo) tem o apoio da FASUBRA Sindical, da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Coordenação Nacional de Segurança das IPES e EBTTs. O encontro pretende realizar uma série de debates sobre a segurança nas instituições de ensino até o dia 6 de outubro.

 

Após a recepção das delegações, que aconteceu durante todo o dia 30 de setembro, os delegados eleitos em 33 Instituições Públicas de Ensino foram credenciados e iniciaram os trabalhos do Seminário no Centro de Cultura e Eventos Ricardo Freua Bufáiçal.

 

Abertura e regimento

A manhã do primeiro dia foi dedicada à abertura oficial do evento e da aprovação do Regimento Interno da atividade.

 

A mesa de abertura foi composta pelo coordenador nacional de Segurança das IPES e EBTTs em Goiás, Ubirajara Pereira Silva, dos coordenadores nacionais da FASUBRA, Rogério Fagundes Marzola e Leia de Souza Oliveira, da coordenadora geral do SINT-IFESgo, Fátima dos Reis, do coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes, Fábio Júnior e do Reitor da UFG, Orlando Amaral.

 

Ubirajara falou sobre a satisfação de receber o Seminário em Goiânia e destacou a história de luta dos trabalhadores de segurança das Instituições públicas de ensino e os desafios que a função terá no próximo período. “São 26 anos de história, que hoje contam com a ajuda dos nossos sindicatos, das instituições de ensino e da Fasubra. As instituições de ensino encontram enormes desafios na questão da segurança. Precisamos encontrar soluções”.

 

Fátima dos Reis ressaltou a importância da realização do encontro em Goiânia, em virtude do aumento da violência que tem acontecido nas Instituições de Ensino. “O encontro veio muito a calhar. Encontramos muitas dificuldades aqui na UFG, que sedia o Seminário. Problemas como a violência e tráfico de drogas presentes na rotina da universidade e precisamos fazer um debate muito sério sobre isso”, concluiu.

 

Em nome do DCE da UFG, Fábio Júnior afirmou ser fundamental que todos os movimentos sociais realizem, em conjunto, debates para encontrar uma solução para o problema da segurança. “O problema da segurança é estrutural e tende a piorar com o governo federal que está aí. Todos os movimentos sociais precisam pensar em conjunto como contornar essas situações. Sabemos que a função dos vigilantes é muito importante”.

 

O Reitor da UFG, Orlando Amaral, frisou a importância dos vigilantes para a universidade e a necessidade da realização de concurso público para a função. “A função dos vigilantes é vital em nossa universidade e a recomposição desse cargo é fundamental não apenas para a política da universidade, mas também do ponto de vista orçamentário, uma vez que a terceirização da segurança é a que mais consome recursos de custeio da universidade. Nesse sentido, a realização de concursos públicos para o cargo é muito importante”.

 

Orlando também comentou sobre os problemas de violência nos campi da UFG e a necessidade de debater a presença da Polícia Militar dentro da Universidade. “O tráfico de drogas é o maior problema dentro da universidade. Precisamos fazer um debate sério e equilibrado sobre a presença da polícia dentro da universidade. A ideia de que a Polícia Militar não pode entrar aqui é um mito, e nós já perdemos um estudante. Essa discussão precisa ser feita e de forma desarmada, porque as universidades não dão conta de resolver esses problemas sozinha”, concluiu.

 

Após a mesa de abertura, os presentes apreciaram e aprovaram o regimento do evento.

 

Conjuntura Nacional

O primeiro debate sobre conjuntura nacional aconteceu à tarde. Os coordenadores gerais da FASUBRA, Rogério Marzola, Leia Oliveira e Gibran Jordão foram convidados a compor a mesa.

 

Rogério Marzola frisou a necessidade de observar a conjuntura nacional de ataques aos direitos dos trabalhadores. Citando várias das medidas tomadas por Temer, Marzola falou sobre os impactos nas universidades. “O encontro é fundamental porque a situação da segurança se agrava no contexto nacional que vivemos. Nossa luta é muito maior do que as que tivemos antes, porque ela ataca as universidades de todos os lados. O fim da nossa carreira já está nos planos do governo, com o objetivo de reduzir o piso e tirar a linearidade do step”, afirmou.

 

Para Leia Oliveira, é importante fortalecer a luta contra os ataques do governo aos direitos dos trabalhadores. “Temos que ir às ruas, parar as universidades e contaminar o restante da comunidade acadêmica e do serviço público. Foram mais de 15 greves ao longo de 20 anos para conquistarmos a nossa carreira. Nossa luta agora é em defesa da nossa dignidade”.

 

Gibran Jordão denunciou os perigos do pacote de medidas anunciado pelo governo contra o funcionalismo público. “Esse pacote tem o objetivo de aumentar a alíquota da previdência, a reestruturação de todas as carreiras que significa destruir tudo aquilo que conquistamos. Nós precisamos construir um calendário de lutas unificado em defesa da soberania, contra as privatizações e por nenhum direito a menos. Precisamos fazer uma mobilização em defesa da educação pública e construir um indicativo de greve contra todos esses ataques”.

 

O professor Romualdo Pessoa falou sobre os impactos da crise no capitalismo no Brasil e no mundo, alertando que o caminho encontrado por esse governo para sanar a crise é a retirada de direitos do povo. “Essa crise que vivemos hoje estourou em 2008, mas foi gerada muito tempo antes. Para salvar o sistema financeiro, os estados nacionais se endividaram muito em todas as partes do mundo. Para pagar essas dívidas, os governos irão tirar os direitos e conquistas dos trabalhadores. Nas duas últimas décadas foram realizadas muitos avanços e todas elas estão em risco”, finalizou.

 

A programação segue na segunda-feira com debates sobre a autonomia universitária e a política de segurança, o estatuto do desarmamento, o aplicativo Minha UFG e sobre a Gerência de Segurança Institucional da UFG.

 

Assessoria de Comunicação SINT-IFESgo

 

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