90 anos do voto feminino – Mulheres precisam ampliar participação na política

, , 17:21 | 24 de fevereiro de 2022

Há 90 anos o Brasil conquistava o voto feminino, uma das principais vitórias das mulheres na sociedade. O voto feminino foi garantido por meio do Decreto nº 21.076, de 24/02/1932, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas. Em 1934 foi incorporado à Constituição e, em1965, tornou-se obrigatório, sendo equiparado ao dos homens. Desde 2015, o Brasil celebra a data. Nesta quinta-feira (24/02), diversos parlamentares, em especial as mulheres, se pronunciaram sobre esta importante conquista e destacaram os principais desafios que ainda persistem.

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) lembrou que apesar das mulheres serem a maioria do eleitorado – 52,50% nas eleições de 2020, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), apenas 15% dos eleitos em 2020 foram mulheres. A deputada ainda citou pesquisa do Estudo da União Interparlamentar, segundo o qual dentre 192 países, o Brasil aparece na 142° colocação do ranking de participação de mulheres na política. “Precisamos seguir lutando por políticas públicas que garantam maior participação feminina na política. E vamos às urnas contra o autoritarismo, o machismo e a violência! Mulheres, rebelem-se nestas eleições”, disse referindo-se às eleições de outubro deste ano.

“Que hoje possamos celebrar os 90 anos dessa conquista histórica, mas sobretudo reafirmar nosso compromisso por uma democracia em que o nosso voto garanta mais de nós na política! O voto feminino no Brasil tem menos de 100 anos. Uma conquista da luta feminista de décadas, mas que ainda precisa seguir lutando para ampliar a participação das mulheres (que defendem os direitos femininos) na política”, avaliou a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) em uma rede social.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) afirmou que os 90 anos do voto feminino foi uma luta movida por muita coragem e determinação para ter o direito de interferir na política e mudar a vida das mulheres. “Hoje, lutamos para superar a sub-representação feminina na política, fruto do machismo, misoginia e violência política de gênero”, analisou.

Para a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) o baixo percentual de espaço ocupado pelas mulheres na política ainda é um desafio. “Há 90 anos as mulheres conquistavam tardiamente o direito ao voto no Brasil. O fato de ainda hoje ocuparmos apenas 15% das cadeiras no Congresso Nacional revela o quanto precisamos avançar. Seguiremos lutando por nossas vidas e nossos direitos. Nenhum passo atrás”.

A Coordenação da Mulher Trabalhadora da FASUBRA Sindical também luta para que as mulheres conquistem mais espaços políticos em todas as esferas da sociedade e destaca a força das mulheres em lutas recentes, a unidade na construção de mobilizações e contra os diversos ataques e opressões do governo Jair Bolsonaro impostos às mulheres, além da população indígena, quilombolas, LGBTs e demais minorias. Um exemplo do poder de união das mulheres foi o #Elenão realizado em 2018, às vésperas das eleições e que levou milhões às ruas em todo o país. Nesses últimos anos, as mulheres brasileiras permanecem unidas e mobilizadas nas lutas contra todos os retrocessos relacionados às pautas e conquistas feministas.

Foto: Agência Brasil

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