XXXI Seminário Nacional de Segurança das IFES e EBTTs debate conjuntura política e desafios da classe trabalhadora

09:00 | 7 de outubro de 2025

O primeiro dia do XXXI Seminário Nacional de Segurança das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e EBTTs, realizado no auditório da ADUNB, em Brasília (DF), foi marcado por intensos debates sobre a conjuntura política, econômica e social que afeta a classe trabalhadora e o serviço público no Brasil. Representantes sindicais, servidores técnico-administrativos e estudantes se reuniram para discutir os desafios do momento atual e refletir sobre os rumos da educação pública e das políticas de segurança nas instituições de ensino.

A mesa de Análise de Conjuntura contou com a presença de lideranças sindicais e acadêmicas que trouxeram diferentes perspectivas sobre o cenário nacional e internacional. O representante da FASUBRA Sindical, José Maria Castro, destacou a importância da unidade e da consciência política diante de um contexto de crises globais e conflitos bélicos. Segundo ele, as guerras e os interesses econômicos ligados à indústria de armamentos impactam diretamente a vida das classes trabalhadoras.

“Foram seis anos de miséria e perdas de direitos. Precisamos compreender o que representamos dentro da Constituição e continuar lutando por valorização”, afirmou José Maria, ao relembrar o golpe político que destituiu a primeira presidenta mulher do Brasil e seus reflexos sobre o funcionalismo público.

A professora Jackeline Magalhães, vice-presidenta do ANDES-SN, trouxe uma reflexão sobre a complexidade da conjuntura política e a necessidade de resgatar a praxis cotidiana e a memória coletiva. Em sua fala, destacou a importância da cultura e da identidade como pilares da democracia.

“Somos privados de nossa identidade e empurrados ao consumo e à violência. Precisamos resgatar o senso de comunidade e de pertencimento”, afirmou, citando referências como Marielle Franco, Bárbara Carine e Celso Furtado.

“As armas que matam na Palestina são as mesmas que matam nas favelas e periferias do Brasil”, completou, em defesa da solidariedade internacional entre os povos.
O diretor do Sinasefe, Roni Rodrigues também fez um alerta sobre os impactos das políticas de precarização e das novas propostas de reformas que ameaçam o serviço público. Ele defendeu o fortalecimento das bases sindicais e o engajamento político dos trabalhadores.
“A maioria dos vigilantes hoje é formada por aposentados e pensionistas que enfrentam dificuldades e falta de valorização. Se essa PEC passar, acabou. Precisamos eleger parlamentares que defendam o serviço público”, disse, citando Rui Barbosa: “Quem não luta por seus direitos não é digno deles”.
Durante as falas dos inscritos, participantes ressaltaram o papel do seminário como espaço de resistência e construção coletiva, reforçando a importância de uma comunicação acessível e próxima das bases. Houve críticas às reformas administrativas, à precarização do trabalho e à violência enfrentada por estudantes e servidores dentro e fora das universidades.

“Não venceremos apenas nas redes sociais, mas nas ruas. O Congresso se incomoda quando vê o trabalhador lutando”, resumiu um dos participantes, encerrando o debate com um chamado à mobilização e à esperança.

No período da tarde, o evento prosseguiu com a palestra “As implicações da privatização e terceirização da segurança nas IPES”.O tema trouxe à tona as preocupações com o avanço das terceirizações e seus impactos sobre a autonomia, a segurança e as condições de trabalho nas instituições federais.

Encerrando as atividades do dia, a última mesa abordou o tema “Carreira, formação continuada e permanente dos servidores da área de segurança nas IPES”, com exposições de Ronaldo Vitoriano Bastos (UFAM e membro da Comissão Nacional de Supervisão da Carreira da FASUBRA) e Roni Rodrigues da direção do SINASEFE. O debate reforçou a importância da valorização profissional, capacitação técnica e reconhecimento do papel estratégico dos servidores da segurança no ambiente
universitário.

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