Encontro Nacional debate enfrentamento ao assédio moral , sexual e em defesa da saúde mental

16:53 | 26 de setembro de 2025

Teve início na manhã desta sexta-feira (26), no auditório do Centro de Engenharias da Universidade de Brasília (UnB), o Encontro Nacional contra o Assédio Moral, Sexual e em Defesa da Saúde Mental dos(as) Trabalhadores(as) das Instituições Federais e Estaduais de Educação. O evento reúne dirigentes sindicais, pesquisadores e trabalhadores para discutir estratégias de enfrentamento às violências nas instituições de ensino.

A mesa de abertura contou com as coordenadoras gerais Ivanilda Reis, Loiva Chansis e Rosângela Costa (em substituição a Cristina del Papa) e doa coordenadores de Políticas Sociais e Gênero, Maristela Cabral e Fernando Borges.

Em sua fala, Loiva Chansis destacou a necessidade de enfrentar o assédio dentro de uma realidade já marcada por opressões. “Devemos vivenciar, refletir e tratar uns aos outros com respeito. Democracia se constrói também no debate, e esse encontro deve nos atualizar e nos fortalecer nesta questão tão séria”, afirmou.

Ivanilda Reis trouxe a perspectiva das mulheres negras no espaço sindical. “É um espaço muito difícil para nós, mas precisamos unificar nossas lutas para garantir um ambiente saudável. Não queremos adoecer por causa da militância. Acreditamos na importância do sindicalismo e vamos sair daqui fortalecidas para dar resposta a essa perversa realidade”, declarou.

Rosângela Costa enfatizou o caráter formativo da atividade: “Nosso papel é recepcionar, ouvir e construir coletivamente. Negras, negros, indígenas e populações historicamente marginalizadas são as que mais sofrem. É com esse compromisso que seguimos lutando pela construção de um país democrático, digno e soberano.”

Na programação da manhã, Olívia Tavares analisou como o assédio moral pode se enraizar na cultura das instituições de ensino, mesmo diante de políticas e cursos de prevenção. “Não é um desvio individual, mas algo tramado na própria cultura institucional, que normaliza práticas de humilhação, discriminação e exclusão”, explicou.

Meyriellem Pereira Valentim, especialista em saúde do trabalhador, apontou que o assédio moral frequentemente se estrutura como prática de gestão. “Expor trabalhadores a situações de humilhação virou, em muitos casos, uma forma de gestão. É tão sutil e perverso que muitas vezes o grupo inteiro naturaliza e concorda”, afirmou.

Meyriellem ainda destacou que práticas de racismo, intolerância religiosa e discriminação de gênero estão diretamente ligadas ao fenômeno. Para ela, a saída é coletiva: “É preciso dar visibilidade, denunciar, e os sindicatos têm papel central nisso.”

Após as apresentações das convidadas, foi aberto espaço para que as pessoas presentes no plenário pudessem tirar dúvidas ou apresentar questões para o debate.
A mesa foi coordenada por Maristela Cabral e Fernando Borges.

Categorizados em: