13 de Maio: Dia Nacional de Combate e Denúncia do Racismo

14:04 | 13 de maio de 2025

Neste 13 de maio, o Brasil completa 137 anos da promulgação da chamada Lei Áurea, que aboliu oficialmente a escravidão no país. No entanto, o que deveria representar o fim de um dos capítulos mais brutais da nossa história, revela-se como um marco incompleto e insuficiente. A abolição não veio acompanhada de políticas públicas que garantissem dignidade, inclusão e reparação para a população negra. Pelo contrário: o povo negro foi abandonado à própria sorte, sem acesso à terra, moradia, trabalho digno, educação ou saúde.

A celebração da figura da Princesa Isabel como redentora, tenta apagar o protagonismo das lutas negras por liberdade — lutas travadas por figuras como Zumbi dos Palmares, Dandara e tantos outros que resistiram por séculos à escravidão e ao racismo. Essa tentativa de romantização da história serve ao mito da Democracia Racial, uma mentira confortável para as elites, que insiste em afirmar que vivemos em um país onde brancos, negros e indígenas convivem em igualdade.

A realidade dos dados mostra outra história: a população negra é maioria entre os mais pobres, os mais assassinados, os mais encarcerados e os que menos acessam ensino superior e cargos de poder. A falsa harmonia exaltada por Gilberto Freyre em Casa Grande & Senzala mascara o fato de que a estrutura social brasileira sempre esteve baseada na desigualdade racial, produto direto de um racismo sistêmico e estrutural.

O capitalismo brasileiro se edificou sobre o trabalho escravizado, acumulando riquezas para uma minoria branca e mantendo a maioria negra em condições precárias. Hoje, esse modelo se reinventa: a exploração continua através da precarização do trabalho, das jornadas exaustivas, como a escala 6×1, e dos cortes no financiamento das instituições públicas de ensino — justamente quando mais jovens negras e negros passam a ocupar essas universidades.

Neste 13 de maio, é preciso ir além da lembrança simbólica. É dia de denúncia e luta. É dia de rejeitar narrativas que suavizam séculos de violência e reafirmar o compromisso com a emancipação real do povo negro. Que essa data nos lembre da urgência de enfrentar o racismo em todas as suas formas — do mais explícito ao mais disfarçado — e de desmontar as estruturas que sustentam a exclusão e a desigualdade.

Honremos a memória de nossos ancestrais não com silêncio, mas com mobilização. Que o 13 de maio seja, mais do que um marco histórico, um dia de combate, denúncia e resistência ativa. A liberdade verdadeira ainda está por ser conquistada.

FASUBRA Sindical

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