28 de março – Dia Nacional de luta dos Estudantes

14:27 | 24 de março de 2016

 

Esse capítulo da história e a recente intervenção dos estudantes secundaristas resgata a memória da luta por uma educação pública, gratuita, de qualidade, em defesa da democracia, da liberdade e contra qualquer tipo de repressão.

As ocupações das escolas da rede estadual de São Paulo e Goiás marcaram a luta dos estudantes secundaristas (ensino médio) em 2015 e início de 2016. Em defesa do ensino público e de qualidade, estudantes mostraram à sociedade brasileira que democracia pressupõe a participação do povo na definição e implementação de políticas e na tomada de decisões.

Esta condição ficou mais evidenciada principalmente após a derrota do plano de reestruturação das escolas em São Paulo, onde seriam fechados 92 colégios e transferidos 300 mil estudantes, sem sequer haver consulta prévia à população.  O governador Geraldo Alckmin (PSDB) não contava com a intervenção dos maiores interessados pela educação pública desse país, em especial os estudantes de baixa renda que dependem do ensino público e que fizeram a diferença na resistência à implantação do plano.

Por que 28 de março?

Felizmente, mesmo com a repressão da polícia militar em Goiás e São Paulo, o desfecho desta história não trouxe prejuízo à vida dos bravos estudantes, diferentemente de um passado sombrio, o qual, não se pode ocultar ou mesmo esquecer: o período de regime militar instalado no Brasil em 1964.

Edson Luís presente!

A resistência estudantil contra a ditadura militar resultou no estopim nacional no dia 28 de março de 1968. Durante a manifestação realizada por estudantes no restaurante estudantil “Calabouço”, no Rio de Janeiro, o estudante Edson Luís de Lima Souto, 18 anos, foi assassinado.

Souto era de família pobre, natural da cidade de Belém-PA, se mudou para o Rio de Janeiro para cursar o antigo segundo grau (ensino médio), no Instituto Cooperativo de Ensino, que funcionava no restaurante.

Os estudantes não permitiram que o Instituto Médico Legal (IML) levasse o corpo de Souto, para evitar o desaparecimento pela polícia militar. Em passeata, o levaram para ser velado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

 


 

O jovem estudante foi enterrado ao som do Hino Nacional, cantado por uma multidão de brasileiros indignados com a crueldade da polícia militar na época, um dos aparelhos repressores do estado brasileiro.

Feridos

Seis pessoas foram feridas no tiroteio, segundo o registro de ocorrência nº 917 da 3ª Delegacia de Polícia, Telmo Matos Henrique, Benedito Frazão Dutra (morto após a ação militar), Antônio Inácio de Paulo, Walmir Gilberto Bittencourt, Olavo de Souza Nascimento e Francisco Dias Pinto.

Manifestações

Durante os sete dias após sua morte, foram realizados vários protestos em todo o país. Em São Paulo (SP), houve manifestações na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), no Centro Acadêmico XI de Agosto da Faculdade São Francisco, na Escola Politécnica da USP e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Esse capítulo da história do Brasil e a recente intervenção dos estudantes secundaristas traz à memória a luta por uma educação pública, gratuita, de qualidade, em defesa da democracia, da liberdade e contra qualquer tipo de repressão.

A FASUBRA permanece nessa luta!

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